Dois filmes de diretores estreantes em longas-metragens foram os vencedores dos principais prêmios da 6ª edição do Festival de Cinema de Paulínia, que terminou na noite do domingo (27).
"A História da Eternidade", do pernambucano Camilo Cavalcante, 39, levou quatro prêmios decididos pelo júri: melhor filme, diretor, ator (Irandhir Santos) e atrizes (Marcélia Cartaxo, Débora Ingrid e Zezita Matos), além do prêmio dado pela imprensa, concedido pela Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema).
"A sessão do filme foi emocionante e ainda estou absorvendo tudo isso. Amanhã é que vou entender melhor", disse Cavalcante ao receber o prêmio de melhor filme.
Seu longa-metragem narra três histórias de amor ambientadas no sertão pernambucano. Pelos prêmios, o filme receberá um total de R$ 410 mil.
Já "Casa Grande", do diretor carioca Fellipe Barbosa, 33, ganhou quatro prêmios: roteiro, ator coadjuvante (Marcello Novaes), atriz coadjuvante (Clarissa Pinheiro) e o prêmio especial do júri.
O filme, uma crítica social à classe média alta brasileira, acompanha um adolescente carioca, às vésperas do vestibular, que tem de enfrentar a crise financeira de sua família, residente num condomínio luxuoso na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.
O público do festival escolheu como melhor filme o drama "Boa Sorte", de Carolina Jabor. O longa narra a descoberta do amor entre um adolescente internado numa clínica psiquiátrica e uma mulher soropositiva, interpretada por Deborah Secco.
Nas categorias técnicas, os prêmios foram distribuídos entre sete dos nove filmes nacionais da mostra competitiva. Apenas "Infância", de Domingos Oliveira, e o documentário "Neblina", de Fernanda Machado e Daniel Pátaro, não receberam nenhuma menção.
"Sangue Azul", de Lírio Ferreira, ganhou como melhor figurino e melhor fotografia. O musical "Sinfonia da Necrópole" levou pela trilha sonora. "Boa Sorte" venceu pela direção de arte, "Castanha", de Davi Pretto, por melhor som, e o documentário "Aprendi a Jogar com Você", de Murilo Salles ganhou por montagem.
Na categoria de curtas-metragens, o maior vencedor foi "O Clube", de Allan Ribeiro, sobre uma casa noturna no centro do Rio que mantém espetáculos de transformistas. A obra levou os prêmios de melhor curta segundo o público, o júri e a imprensa, e também o de melhor direção.
HOMENAGEM
O final da cerimônia contou com homenagem ao cineasta Cacá Diegues, diretor do longa "Bye Bye Brasil".
"Quando a gente recebe esses prêmios é porque a gente está ficando velho. Mas eu vou decepcionar esse pessoal, eu nunca vou pedir aposentadoria", disse o cineasta ao subir ao palco para receber o reconhecimento pelo conjunto da obra.
"O que me faz continuar produzindo filmes é o meu grande amor pelo cinema".