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    Cantoras do grupo Pussy Riot pedem indenização à Rússia por prisão

    DE SÃO PAULO

    28/07/2014 20h49

    Duas cantos do grupo feminista de punk rock Pussy Riot estão processando a Rússia na corte europeia de direitos humanos por tê-las prendido após protesto em Moscou.

    Maria Alyokhina e Nadezhda Tolokonnikova querem do Kremlin um ressarcimento de 120 mil euros (R$ 359,2 mil) após terem passado 21 meses em confinamento.

    Elas, que ganharam uma anistia em dezembro, afirmam que a investigação da polícia e sua prisão violaram seus direitos e foram equivalentes à tortura.

    Andrew Gombert /Efe
    Maria Alyokhina (esq.) e Nadezhda Tolokonnikova, integrantes do grupo russo Pussy Riot, em entrevista para a imprensa em Nova York neste ano
    Maria Alyokhina (esq.) e Nadezhda Tolokonnikova, integrantes do grupo russo Pussy Riot, em entrevista para a imprensa em Nova York neste ano

    Para o "The Guardian", o advogado delas, Pavel Chikov, disse que elas não tiveram um julgamento justo no país.

    "Além disso, elas querem que esse caso abra o precedente para que os russos possam falar publicamente sobre questões políticas sensíveis, mesmo que seu discurso não seja apoiado pela maioria da população. Este é um caso sobre liberdade de expressão –e de julgamento justo, em primeiro lugar", destacou.

    Caso vençam na corte europeia, Chikov acrescentou que as duas pretendem também reverter a decisão contrária a elas dentro do país.

    Em junho, a Rússia já havia respondido à corte europeia que o confinamento delas foi um "efeito colateral" da proteção dada pelo país à liberdade de culto dos fiéis da Igreja Ortodoxa.

    MÃE DE DEUS

    Maria e Nadezhda foram presas junto com Yekaterina Samutsevich, também parte do grupo, em fevereiro de 2012 enquanto faziam uma performance dentro da Catedral de Cristo Salvador, que fica próxima ao Kremlin de Moscou.

    Elas cantavam a música "Mother of God, Drive Putin Out" ("Mãe de Deus, expulse o Putin"), uma ofensiva sobre o presidente russo, Vladimir Putin.

    Yekaterina conseguiu ter a sentença suspensa em outubro daquele ano, enquanto as outras continuaram na cadeia.

    Numa pesquisa divulgada na época, 86% os russos se mostraram contra a atuação das ativistas, afirmando que elas deveriam ser punidas pelo que fizeram.

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