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    Grupos se apresentam em Joinville com cenários hollywoodianos

    IARA BIDERMAN
    ENVIADA ESPECIAL A JOINVILLE

    01/08/2014 11h59

    Em um palco com escadarias e três camadas de cenário, um casal de bailarinos é levado aos ares por roldanas.

    A cena é da abertura ado balé "O Lago dos Cisnes", na montagem da Cia. De Ballet Adriana Assaf, de São Paulo, que ganhou o primeiro lugar na categoria clássicos de repertório no Festival de Joinville.

    Como as outras apresentações da mostra competitiva, o espetáculo não dura mais do que dez minutos.

    As superproduções de dança curta-metragem se repetem em outros gêneros da competição.

    Pena Filho
    Coreografia 'O Lago dos Cisnes', Cia de Ballet Adriana Assaf
    Coreografia 'O Lago dos Cisnes', Cia de Ballet Adriana Assaf

    Na noite de quinta (31), grupos de sapateado fizeram um zapping de espetáculos da Broadway.

    Teve de cenário de uma sala de aula em "Mathilda" (Grupo Experimental Corpo Livre, de São Paulo) a figurino completo de drag queen em "Rainhas do Deserto" (Cia. De Danças Vera Passos, de Fortaleza).

    As cenografias e roupas elaboradas e os efeitos especiais marcaram quase todas as apresentações de conjunto, em vários gêneros, incluindo as danças populares e as urbanas.

    Para a coreógrafa Taís Vieira, da curadoria artística do festival, o glamour é bem-vindo. "Os grupos percebem que uma montagem não é só técnica e coreografia, envolve cenografia, iluminação, o conjunto todo."

    E para as academias de dança que participam do evento, o objetivo é conseguir o máximo de visibilidade no festival, segundo o bailarino e coreógrafo paulista Luis Ferron, que é jurado de danças contemporâneas neste ano.

    "Isso garante mais alunos, que pagam mensalidades, e mercado internacional para professores e alunos destacados", diz.

    E é oportunidade única de se apresentarem para 4.000 pessoas, fato raro até para companhias famosas. "Eles tem mesmo que aproveitar seus cinco minutos de fama no sambódromo da dança", diz.

    Pena Filho
    Coreografia 'Rainhas do Deserto', da Cia de Dança Vera Passos
    Coreografia 'Rainhas do Deserto', da Cia de Dança Vera Passos

    A maioria dos participantes do festival é formada pelo público das academias de dança, e a competição é o, seu grande foco, diz Aracity Cardoso, diretora do Balé da Cidade de São Paulo e também curadora do festival.

    "Mas o público também lota as aulas, do clássico à técnica Martha Graham, de iluminação à improvisação", diz Cardoso.

    Para fazer com que esse público realmente veja os mais diferentes tipos de dança -a diversidade de gêneros é um dos mantras do festival– a curadoria decidiu neste ano intercalar apresentações nas noites competitivas: neoclássico e danças populares, clássico e sapateado e assim por diante.

    "Foi muito positivo, antes as pessoas só assistiam aos espetáculos do gênero que seu grupo estava competindo. Agora, entram em contato com outras linguagens, é educativo", afirma a curadora Cecília Kerche, bailarina principal do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

    Misturar as tribos de danças é um dos objetivos da curadoria. "Essa história de guetos na dança já cansou, é retrógrada. É preciso aprender a olhar e apreciar uns aos outros e acabar com isso", diz Iracity Cardoso.

    Pena Filho
    Coreografia 'Mathilda', do Grupo Experimental Corpo LivreCrédito: Pena Filho
    Coreografia 'Mathilda', do Grupo Experimental Corpo LivreCrédito: Pena Filho

    A jornalista IARA BIDERMAN viajou a convite da produção do festival

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