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    Cinema brasileiro vai à Suíça para atrair investimento

    LUCAS NEVES
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM PARIS

    06/08/2014 02h42

    O Brasil despacha nesta semana para a Suíça uma delegação com 50 pessoas e uma só missão: a de aumentar a visibilidade dos filmes nacionais no exterior.

    Diretores, produtores, programadores de festivais e representantes da Ancine (Agência Nacional do Cinema) e do programa Cinema do Brasil (que visa justamente incentivar a exportação dos títulos que levam essa bandeira) vão a Locarno para a 67ª edição do festival local.

    Trata-se do segundo mais antigo evento desse tipo no mundo, só perdendo para o festival de Veneza.

    Divulgação
    Cena de 'Ventos de Agosto', de Gabriel Mascaro, que está na competição do festival suíço
    Cena de 'Ventos de Agosto', de Gabriel Mascaro, que está na competição do festival suíço

    Locarno é, também, uma das principais programações da "liga" de mostras, logo abaixo em importância da santíssima trindade dos encontros de cinema de autor (Cannes, Veneza, Berlim).

    O Brasil esteve ausente mais uma vez em 2014 das principais mostras competitivas de Cannes e Veneza.

    O evento de Locarno, que tem início nesta quarta (6) e vai até o dia 16, ajudou a revelar no passado nomes como os americanos Spike Lee ("Faça a Coisa Certa"), Paul Thomas Anderson ("O Mestre") e Kathryn Bigelow ("Guerra ao Terror").

    O chinês Jia Zhang-ke ("Em Busca da Vida") e o alemão Fatih Akin ("Do Outro Lado") são outros diretores que se projetaram ali.

    Para completar, o marco zero da nouvelle vague francesa, "Nas Garras do Vício" (1958), de Claude Chabrol, teve em Locarno uma de suas primeiras exibições públicas.

    A comitiva brasileira espera que esse pedigree se converta em negócios e convites envolvendo produções nacionais. O país é o centro das atenções da seção Carte Blanche, em que sete longas-metragens em finalização serão mostrados a compradores e curadores estrangeiros.

    Na lista estão os mais recentes trabalhos de Anna Muylaert (de "É Proibido Fumar") e Roberto Berliner (diretor de "A Pessoa É para o que Nasce").

    Além disso, há cinco filmes nacionais na competição principal ("Ventos de Agosto", primeira ficção de Gabriel Mascaro, de "Doméstica") e na rubrica reservada a obras experimentais ("Com os Punhos Cerrados", de Ricardo Pretti, Pedro Diógenes e Luiz Pretti).

    Os curtas "O Bom Comportamento", de Eva Randolph, e "Poder dos Afetos", de Helena Ignez, reforçam o escrete brasileiro, ao lado de uma projeção especial de "Copacabana Mon Amour" (1970), do diretor Rogério Sganzerla (1946-2004), que foi marido de Ignez.

    Há ainda uma coprodução com o Uruguai "Los Enemigos del Dolor" (os inimigos da dor).

    JÚRI

    Na ala dos júris, a atriz Alice Braga ajudará a definir o vencedor do Leopardo de Ouro, o prêmio máximo do festival, enquanto o diretor Helvécio Marins Jr. ("Girimunho") avaliará os curtas.

    Ao todo, são 275 filmes que participam da mostra, dentre os quais os novos de Pedro Costa (de "Juventude em Marcha") e Lav Díaz (de "Melancholia").

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