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    Alceu Valença e Caco Ciocler exibem filmes em Gramado

    GUILHERME GENESTRETI
    DE SÃO PAULO

    07/08/2014 02h52

    "Pela luneta do tempo eu serei ressuscitado", entoa no cordel o cangaceiro Lampião. O personagem histórico -e folclórico- volta às telas nas mãos do músico pernambucano Alceu Valença, que dirige seu primeiro filme.

    "A Luneta do Tempo", rodado em 2009, é um dos oito longas nacionais que disputam o prêmio principal no Festival de Cinema de Gramado, que começa nesta sexta (8), na cidade da serra gaúcha.

    No filme de Valença, Irandhir Santos ("Tatuagem") interpreta o cangaceiro Lampião, e Hermila Guedes ("O Céu de Suely") faz seu par, Maria Bonita. No longa, que traz elementos de circo, forró e literatura de cordel, o próprio músico faz uma ponta, vivendo o palhaço Véio Quiabo.

    Em meio a diretores veteranos como Domingos Oliveira ("Infância"), Tabajara Ruas ("Os Senhores da Guerra") e Helvécio Ratton ("O Segredo dos Diamantes"), Valença é um dos dois nomes já conhecidos em outras áreas que se arriscam pela primeira vez na direção de longas-metragens.

    Divulgação
    Hermila Guedes (Maria Bonita) e Irandhir Santos (Lampião) em cena de 'A Luneta do Tempo'
    Hermila Guedes (Maria Bonita) e Irandhir Santos (Lampião) em cena de 'A Luneta do Tempo'

    O ator Caco Ciocler também disputa o prêmio de melhor filme com seu documentário "Esse Viver Ninguém me Tira". O longa reconstitui a trajetória da segunda mulher do escritor Guimarães Rosa, Aracy (1908-2011), que ajudou judeus a migrarem para o Brasil na época do nazismo.

    "Apesar de ser judeu, eu não sabia nada sobre ela quando fui convidado para o projeto", afirma Ciocler. "Fiquei fascinado pela história dela, que salvou tanta gente, mas sempre foi discreta, ficou à sombra do marido famoso."

    Na década de 1930, trabalhando no consulado brasileiro em Hamburgo, Aracy concedeu vistos para que dezenas de famílias de judeus deixassem a Alemanha.

    O documentário tenta reconstituir como isso foi possível, tendo por base depoimentos de familiares e conhecidos de Aracy.

    PRÊMIOS EM DINHEIRO

    Este é o primeiro ano em que o Festival de Gramado concede prêmios em dinheiro aos competidores nas mostras de longas nacionais, estrangeiros e curtas-metragens. No total, serão distribuídos cerca de R$ 275 mil.

    A mostra, que vai até o próximo dia 16, abre com a exibição de "Isolados", de Tomás Portella, suspense que conta com a última participação no cinema de José Wilker, ex-curador do festival.

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