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    Não quero ser 'daqui' ou 'de lá', afirma Alice Braga

    LUCAS NEVES
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM LOCARNO (SUÍÇA)

    08/08/2014 02h15

    Alice Braga, 31, está em muitos (todos?) os lugares ao mesmo tempo. Cada vez mais "globetrotter", a atriz emendou projetos em quatro países nos últimos dois anos. Mas diz: "Não quero ser uma atriz 'daqui' ou 'de lá'".

    Nesta quinta-feira (7), a reportagem a apanhou em Locarno, cidade suíça de 15 mil habitantes em que ela dá expediente até o dia 16 como jurada da principal competição do festival local, um dos mais importantes do mundo.

    Mas a conversa logo pulou para as margens argentinas do rio Paraná, onde ela rodou "El Ardor", apresentado há dois meses em Cannes.

    A Austrália do ainda inédito "Kill Me Three Times" (mate-me três vezes) surgiu na resposta seguinte e, mais adiante, a capital fluminense do tempo de João do Rio (1881-1921), cenário de seu primeiro trabalho de época, "Muitos Homens num Só".

    Julien Warnand/Efe
    A atriz Alice Braga no Festival de Cannes, em maio de 2014
    A atriz Alice Braga no Festival de Cannes, em maio de 2014

    Isso para não falar do périplo do casal de "Latitudes", de Felipe Braga, (2013) por Veneza, Istambul e Paris, entre outras cidades.

    "Penso em personagens, não nos países de onde eles vêm", diz Alice, que diz ainda estranhar quando fãs vêm cumprimentá-la pela carreira em Hollywood.

    "Morro de vergonha quando pessoas que nunca vi me falam: 'Tenho orgulho de você'. Mas fico feliz, porque, de certa forma, significa que se sentem representadas. Nunca percebi cobrança [por sucesso no exterior] ou julgamento, só torcida."

    Em Locarno, Alice integra o júri no ano em que o Brasil está sob os holofotes da seção Carte Blanche.

    Trata-se de um balcão de negócios e oportunidades que exibe sete filmes recém-concluídos a agentes do mercado, com a ideia de catapultá-los para grandes festivais e circuitos comerciais internacionais -arenas em que a produção nacional tem notória dificuldade em emplacar.

    "Falta ao nosso cinema um apoio aos projetos desde a fase de desenvolvimento do roteiro, e não só a partir do meio do processo, por meio das leis de incentivo. O roteiro é a base de tudo", afirma a atriz.

    Arriscar-se como roteirista não está nos planos dela por ora ("Gosto de discutir ideias, mas acho que não tenho talento para sentar e escrever"), mas Alice conta ter vontade de tentar a mão na direção.

    Se for para filmar algo como o colosso filipino de cinco horas e meia que ela se preparava para assistir na quinta-feira, vai sobrar bem pouco tempo para seguir sua volta ao mundo.

    O jornalista LUCAS NEVES está hospedado em Locarno a convite da organização do festival

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