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    Programa 'Observatório da Imprensa' faz série sobre função de ombudsman

    DE SÃO PAULO

    18/08/2014 02h35

    O programa "Observatório da Imprensa" inicia nesta segunda (18) uma série sobre o cargo de ombudsman no jornalismo brasileiro, que completa 25 anos em setembro.

    "Ombudsman" é uma palavra sueca que significa representante do cidadão. Na imprensa, o termo é utilizado para designar o representante dos leitores num jornal.

    A função de ombudsman de imprensa foi criada nos EUA, nos anos 1960. No Brasil, a Folha foi o primeiro jornal a adotá-la. Em 24 de setembro de 1989, passou a publicar semanalmente a coluna de seu ombudsman.

    Entre suas atribuições estão receber, investigar e encaminhar queixas de leitores; realizar a crítica interna e, uma vez por semana, aos domingos, produzir uma coluna de comentários críticos sobre os meios de comunicação.

    Intitulada "A Voz dos Ouvidores", a série do "Observatório da Imprensa", terá oito programas. Em cada um deles, o jornalista e apresentador Alberto Dines entrevista dois convidados.

    A estreia é com Caio Túlio Costa, primeiro ombudsman da Folha, e Vera Guimarães Martins, no cargo desde maio. Até hoje, 11 jornalistas já ocuparam o posto no jornal.

    Com exceção de Renata Lo Prete, que não pode participar por problemas de agenda, os outros dez falarão ao novo programa: Mario Vitor Santos, Junia Nogueira de Sá, Marcelo Leite, Bernardo Ajzenberg, Marcelo Beraba, Mário Magalhães, Carlos Eduardo Lins da Silva e Suzana Singer.

    Também serão entrevistados dois representantes do jornal cearense "O Povo" (o biógrafo Lira Neto e a jornalista Daniela Nogueira), que mantém o cargo há 20 anos.

    Completam a lista o cineasta Jorge Furtado (diretor do documentário sobre jornalismo "O Mercado de Notícias") e o ator e roteirista Fábio Porchat, apresentador do programa "Tudo pela Audiência".

    'ATO CIVILIZADOR'

    "O ombudsman exerce uma função importantíssima no jornalismo e na sociedade. Digo até que é um ato civilizador", diz Alberto Dines.

    Mário Magalhães avalia que a função ficou ainda mais importante hoje, no mundo do excesso de informação.

    "Meu período foi muito rico [2007-2008]. Achei que tinha muito a dizer sobre o jornalismo. Depois, constatei o quanto tinha a ouvir e a aprender com os leitores."

    Segundo Carlos Eduardo Lins da Silva, "é um trabalho solitário". "Para manter a independência, preferi me afastar fisicamente da Redação, evitava me encontrar com pessoas do jornal. Mas nunca tive problemas com os colegas."

    Lins da Silva teme pelo futuro do ombudsman. "Com a crise financeira de muitos veículos, os gestores podem achar que é um luxo masoquista ter alguém contratado para criticar o jornal o tempo todo. É louvável que a Folha mantenha o cargo até hoje."

    Entre os jornais impressos, apenas a Folha e "O Povo" contam com ombudsman.

    "A imprensa brasileira não tem tradição de grande transparência. Há uma noção errada de que a crítica pode fragilizar o veículo, mas vivemos um momento em que as redes sociais criticam a mídia a todo instante. Os jornais acabarão tendo uma postura mais aberta", diz Suzana Singer, hoje editora de Treinamento da Folha.

    *

    'A VOZ DOS OUVIDORES'
    PROGRAMAÇÃO

    HOJE
    Caio Túlio Costa e Vera Guimarães Martins

    AMANHÃ
    Junia Nogueira de Sá e Carlos Eduardo Lins da Silva

    QUARTA (20)
    Marcelo Leite e Suzana Singer

    QUINTA (21)
    Mário Magalhães e Marcelo Beraba

    SEGUNDA (25)
    Mario Vitor Santos e Bernardo Ajzenberg

    TERÇA (26)
    Daniela Nogueira e Lira Neto

    QUARTA (27)
    Jorge Furtado

    QUINTA (28)
    Fábio Porchat

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