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    Mais de mil escritores alemães se manifestam contra a Amazon

    DA AFP

    18/08/2014 13h49

    Repetindo o gesto de gesto de 900 escritores americanos na semana passada, 1.188 autores alemães se manifestaram contra a Amazon em carta aberta publicada na internet nesta segunda (18).

    "Nos últimos meses, os autores da [editora] Bonnier foram boicoteados e seus livros não aparecem nos estoques", escrevem os alemães na carta, assinada por autores como a austríaca Elfriede Jelinek, Prêmio Nobel de Literatura de 2004, e Regula Venske, secretária-geral do PEN-Zentrum, sociedade dos autores da Alemanha.

    "Os livros são distribuídos de forma mais lenta, a disponibilidade é objeto de falsas declarações e os autores não aparecem nas listas dos autores recomendados", diz o texto.

    Escritores americanos vêm contestando há algumas semanas medidas tomadas pela gigante de vendas on-line, como forma de pressionar editoras a venderem e-books a preços mais baixos.

    A política do menor preço motivou a disputa iniciada há três meses com a Hachette, a quarta maior editora do mundo, o que serviu de gatilho para a carta dos escritores.

    No dia 10 de agosto, 909 escritores assinaram uma carta, publicada no jornal "The New York Times", exigindo que a empresa "pare de prejudicar a vida dos autores com os quais construiu seu negócio". Entre os signatários da carta estão pesos-pesados da literatura, como Paul Auster, James Patterson, Stephen King e Donna Tartt.

    Sobre a disputa com o grupo escandinavo Bonnier, de grande atuação na Alemanha, nem a Amazon nem a editora se pronunciaram oficialmente até agora.

    "A Amazon não tem o direito de 'sequestrar' um grupo de autores que não faz parte do conflito", destacam os signatários alemães.

    Na carta, os escritores convidaram seus leitores a escrever para o fundador da Amazon, Jeff Bezos, e ao diretor da Amazon na Alemanha, Ralf Kleber, para "apresentar sua opinião sobre as formas de pressão recentemente utilizadas". A estratégia também foi utilizada pelos escritores americanos.

    No fim de junho, a associação de livrarias da Alemanha apresentou uma ação no conselho de concorrência do país contra a empresa de comprar on-line, acusada de "chantagem" em suas práticas comerciais e de abuso de posição dominante.

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