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    Grupo O Terno vai além do 'power trio' em novo disco

    RAFAEL GREGORIO
    DE SÃO PAULO

    22/08/2014 02h28

    Três amigos se reúnem no colégio para tocar rock. Você já ouviu a história, mas não com enredo tão promissor quanto o do trio O Terno.

    Os companheiros são Martim Bernardes, 23, guitarrista e vocalista, Victor Chaves, 23, baterista, e Guilherme D'Almeida, 24, baixista. Eles lançam nesta sexta (22) o segundo disco, homônimo ao grupo, no Auditório Ibirapuera.

    Em 2012, Tim, Chaves e Gui mostraram ali o disco "66", que trazia cinco faixas autorais e cinco temas de Maurício Pereira, pai de Tim e membro d'Os Mulheres Negras.

    Os desafios da autonomia dão ar de debute ao novo trabalho. "Foi mais minucioso e sem a ânsia de resolver tudo somente entre nós", diz Gui. Desta vez, órgão e instrumentos de percussão somam-se a baixo, bateria e guitarra.

    Zé Carlos Barretta/Folhapress
    Da esquerda para a direita, Chaves, Tim e Gui, do trio paulistano O Terno, em estúdio caseiro na zona oeste de São Paulo
    Chaves, Tim e Gui, do trio paulistano O Terno, em estúdio caseiro na zona oeste de São Paulo

    Gravado em dezembro de 2013 no estúdio Canoa, em São Paulo, "O Terno" reúne e amplifica o que torna a banda especial. Mescla influências do passado, como a tropicália, e do presente, como o grupo indie nova-iorquino Grizzly Bear e o paulista Rafael Castro.

    A moldura ganha cor no humor ácido das letras de Tim. "O foco é a música, não a piada", ele diz. É assim em "Eu Confesso": "Eu não quero deixar ninguém ver/ que eu sou mesmo o que pensam de mim/ classe média enjoada com pinta de artista".

    "São crônicas de uma nova geração", define Edson Natale, 52, gerente do núcleo musical do Itaú Cultural, que gere o Auditório Ibirapuera.

    "Eles têm dinâmica, rara na música popular, e universalizam temas remotos. Sou derrotado pela beleza deles!", diz Tom Zé. Ele está no disco, como Marcelo Jeneci, Luiz Chagas e o produtor Gui Jesus.

    Jovens dentro de uma cena roqueira veterana, eles somam mais de 50 shows desde "66" e retratam o moderno músico autoral: organizado, conectado, apressado.

    Talvez por isso atraiam elogios como os de Lúcio Ribeiro, que falou em #ternomania em seu blog "Popload".

    Em um financiamento virtual para juntar R$ 30 mil, o grupo recebeu R$ 35 mil. O chamariz foi um filme cômico em que um narrador conta, no futuro, como o novo disco vendeu 300 milhões de cópias e marcou a história. "A música deles se sobrepõe ao marketing", diz Natale.

    O TERNO
    QUANDO Sexta (22), 21h
    ONDE Auditório Ibirapuera, av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, tel. (11) 3629-1075
    QUANTO R$ 20
    CLASSIFICAÇÃO livre

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