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    Artista desvenda 'camadas de SP' em mostra

    GIULIANA VALLONE
    DE SÃO PAULO

    22/08/2014 02h02

    A ilustradora Juliana Russo, 38, só descobriu São Paulo quando começou a circular pela cidade para fazer seus desenhos.

    Não que não tenha vivido nela desde que nasceu. Mas foi só há 15 anos, quando decidiu frequentar o centro para ganhar inspiração, que descobriu as várias "camadas" da capital paulista. Hoje, é impossível dissociar seus trabalhos da cidade em que vive.

    Ela inaugura nesta sexta-feira (22) a exposição "Infinita Descontinuidade", que terá três séries de ilustrações feitas usando o cotidiano paulistano como tema: "Retirantes", sobre moradores de rua, "Cidade Soterrada", que trata do lixo, e o inédito "Amontoado", sobre a quantidade infinita de prédios no horizonte da cidade.

    Davi Ribeiro/Folhapress
    Juliana Russo na galeria Epicentro Cultural, em São Paulo
    Juliana Russo na galeria Epicentro Cultural, em São Paulo

    "Tenho com São Paulo aquela relação de amor e ódio como todo paulistano: tem dias que você ama e que faz sentido estar aqui. E tem dias que pensa que a cidade entrou em colapso, que não dá para morar mais aqui. Meu trabalho gira em torno disso", afirma.

    Ainda assim, ela diz que a intenção da mostra (e de seus desenhos) não é fazer uma crítica à cidade, mas sim torná-la visível. "São Paulo é uma cidade que tem várias camadas, que você vai traduzindo aos poucos. O que antes não era, agora se tornou visível para mim e eu quis mostrar. É uma realidade, não uma crítica."

    A artista também passou uma semana desenhando nas paredes da galeria para transpor seus cadernos de anotações feitos ao longo dos anos.

    "Os desenhos que estão na parede não são elaborados, são anotações. Quis mostrar o inverso do desenho, o avesso da cidade, o fundo do cenário que ninguém mostra."

    Além de seu trabalho autoral, Juliana faz parte do projeto Cidades para Pessoas, que tem como objetivo mapear problemas e potenciais urbanos e buscar soluções para eles.
    Ela também é membro do grupo Urban Sketchers, que reúne desenhistas de cidades pelo mundo.

    INFINITA DESCONTINUIDADE
    QUANDO abre nesta sexta (22/8), às 19h; visitação de 23/8 a 27/9; ter. a sáb., das 13h às 19h
    ONDE Epicentro Cultural, r. Paulistânia, 66; tel. (11) 3938-6096
    QUANTO grátis

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