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    Orquestra Experimental de Repertório toca música espanhola em SP

    GISLAINE GUTIERRE
    DE SÃO PAULO

    23/08/2014 02h29

    Obra rara nas salas de São Paulo, o "Concerto Andaluz", do espanhol Joaquín Rodrigo, será tocada pela Orquestra Experimental de Repertório neste domingo (24), às 11h, no Theatro São Pedro. Sua execução marca a primeira parceria do grupo com o quarteto de violões Quaternaglia.

    A obra foi criada na fase madura de Rodrigo (1901-1999) e quase 30 anos após a peça mais famosa do espanhol, o "Concerto de Aranjuez", para violão solo.

    Comparativamente, são duas músicas com diferenças expressivas. Crítico da Folha e um dos violonistas do Quaternaglia, Sidney Molina explica que "Aranjuez" foi inspirado na cultura da região central da Espanha, mais aristocrática. Já "Andaluz" encontra raízes no sul do país.

    Fabio Braga/Folhapress
    Orquestra Experimnental de Repertório faz ensaio para tocar com o quarteto Quaternaglia
    Orquestra Experimnental de Repertório faz ensaio para tocar com o quarteto Quaternaglia

    "O 'Andaluz' representa a Espanha popular mesmo, a influência moura, o que para o Rodrigo era o mais tipicamente popular, com o elemento flamenco, as escalas rápidas", diz Molina. "É uma grande festa este concerto".

    A peça vai dialogar com outra, de Rimsky-Korsakov (1844-1908), russo que compôs "Capricho Espanhol" inspirado em cadernos de anotações de músicas do folclore.

    "O público vai perceber que essa obra não traz aquela música espanhola a que estamos acostumados. O 'Capricho' é um passeio mais profundo nessa diversidade", explica o regente titular da OER, Carlos Moreno.

    Segundo o maestro, a peça tem influência da cultura galega e só no quarto movimento, "Cena e Canto Cigano" é que a Espanha popular será mais facilmente identificada.

    A"Sinfonia nº 2", de Beethoven (1770-1827) substituirá o "Bolero", de Ravel, e a "Dança Espanhola nº 1", de Manuel De Falla, inicialmente programadas.

    A peça, já tocada pela OER neste ano, entrou para ajudar no aperfeiçoamento dos músicos da orquestra, que estão se profissionalizando.

    "Essa é uma das sinfonias mais exigentes de Beethoven", afirma o maestro. A obra foi criada quando o alemão começou a perder sua audição. Apesar disso, é uma peça que, segundo Moreno, demonstra alegria. "Ela é lindíssima", diz o maestro. "Acredito que ele tenha se dedicado a ela como uma busca de transformação."

    OER E QUATERNAGLIA
    QUANDO dom. (24), às 11h
    ONDE Theatro São Pedro, r. dr. Albuquerque Lins, 207, tel (11) 3661-6600
    QUANTO R$ 2 (à venda no ingressorapido.com.br)
    CLASSIFICAÇÃO livre

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