Vampiros sempre foram a elite entre os monstros da ficção. Começando por Drácula e chegando ao filme em cartaz "Amantes Eternos", os chupadores de sangue costumam ser esnobes e sofisticados.
Mas não os da série "True Blood", que teve seu último episódio exibido no domingo (24) pela HBO. O programa mostrava vampiros caipiras, sem glamour. Alguns estavam acima do peso, outros gostavam de fazer luzes no cabelo.
E todos viviam inseridos na sociedade. Depois que cientistas japoneses conseguiram criar um sangue artificial, os vampiros puderam sair da clandestinidade e exigir seus direitos civis, numa referência à luta pela causa LGBT.
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Jessica Hamby (Deborah Ann Woll), em cena da última temporada de 'True Blood' |
As duas primeiras temporadas foram sensacionais, com fartas doses de humor. Também foram violentíssimas: apesar de terem saído do armário, os vampiros continuavam sendo monstros.
A coisa começou a degringolar a partir do terceiro ano. A pequena cidade de Bon Temps passou a ser povoada por um excesso de seres fantásticos. Surgiram lobisomens, demônios e metamorfos (pessoas que se transformam em animais). Até a protagonista Sookie descobriu que era metade fada.
Este exagero fez com que "True Blood" se desligasse do mundo real e passasse a girar em falso. Para piorar, o criador Alan Ball se afastou no final da quinta temporada.
Os dois últimos anos foram lamentáveis, incluindo o capítulo final. Infectado por um vírus mortal, o vampiro Bill, namorado de Sookie, se recusa a tomar um antídoto. Ele quer que ela tenha uma vida "normal". O gesto faria sentido se outros três casais formados por humanos e vampiros não estivessem juntos e felizes no jantar festivo que encerrou a série.
"True Blood" teve uma sobrevida longa demais. No domingo, finalmente, recebeu uma estaca no coração. Não irá mais nos assombrar.
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