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    Reality leva produção de efeitos especiais para a frente das câmeras

    VITOR MORENO
    DE SÃO PAULO

    03/09/2014 17h24

    Em geral considerados de gêneros menores, os filmes de terror e de ação não são os mais apreciados pela crítica, mas fazem bastante sucesso entre alguns públicos. São aqueles que vibram a cada explosão ou membro decepado, de preferência com um esguicho de sangue colorindo a cena.

    O esforço necessário para realizar esse tipo de sequência é o mote do "Cinelab", reality show produzido pela Boutique Filmes e que estreia nesta quarta-feira (3) no canal Universal.

    À frente do programa estão os especialistas em efeitos especiais Kapel Furman, Armando Fonseca e Raphael Borghi. A cada episódio, eles são desafiados a criar um curta-metragem recheado de efeitos especiais e com um orçamento bem limitado.

    Nas gravações, entre outros, eles explodiram uma casa, simularam uma tromba d'água, estouraram uma bomba dentro de uma van em movimento e simularam uma minhoca gigante andando por debaixo da terra.

    "É como se a cada episódio eles tivessem que defender a capacidade profissional deles", explica o produtor executivo Eduardo Piagge. Ele diz que quase todos os episódios foram gravados em apenas um dia.

    Divulgação
    Raphael Borghi, Kapel Furman e Armando Fonseca durante as gravações do programa "Cinelab", do canal Universal
    Raphael Borghi, Kapel Furman e Armando Fonseca durante as gravações do 'Cinelab'

    Responsável pelos efeitos especiais de séries como "9mm: São Paulo", Kapel Furman diz que, apesar das condições extremas, a experiência no mercado de trabalho não difere tanto do que viveram no programa.

    "É raro ter filme de terror com dinheiro", afirma. "Dá para fazer com baixo orçamento, mas entregar ainda assim um material que você vai ficar pedindo desculpa."

    Ele diz que aprendeu por conta própria —lendo, pesquisando na internet e assistindo a filmes em câmera lenta— a fazer quase tudo o que utiliza em suas produções.

    "O primeiro tiro em corpo que fui testar em mim, eu morri de medo", contou.

    Acostumados a trabalhar detrás das câmeras, os rapazes não ficaram tímidos de serem acompanhados por câmeras o tempo todo.

    "Às vezes a gente está montando um efeito especial super-complexo e o diretor está com uma câmera na nossa cara pedindo para a gente dar um depoimento", disse Armando Fonseca. "É o que fazemos há muito tempo, mas com um super-making off."

    Já Raphael Borghi destaca como positivo o fato de o programa incentivar outras pessoas a produzirem seus próprios efeitos, mesmo que sem muito dinheiro.

    "Seu filme não vai ter os efeitos do Peter Jackson, tudo bem, mas faz um curta com massa de pastel", aconselha. "É a última coisa que o espectador vai reparar. Não é no material que vão reparar, é no conjunto."

    NA TV
    Cinelab
    Estreia do reality
    QUANDO nesta quarta, às 19h45, no canal Universal
    CLASSIFICAÇÃO não informada

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