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    Gabriela Duarte leva Bergman aos palcos

    FERNANDA REIS
    DE SÃO PAULO

    05/09/2014 02h32

    Karin chega com o pai, o irmão e o marido à ilha em que passava as férias na infância. Animada, faz planos para o jantar, distribui tarefas, comemora. À primeira vista, é uma viagem familiar comum. Mas há uma tensão no ar.

    Logo na primeira cena da peça "Através de um Espelho", o público nota que, por trás da fachada feliz, esconde-se algum problema.

    Aos poucos, as verdadeiras facetas dos quatro se revelam. Karin (Gabriela Duarte) acabou de sair de um hospital psiquiátrico e sua doença não dá sinal de melhoras, para preocupação do marido protetor (Marcos Suchara).

    Max (Lucas Lentini), o irmão, sofre pela aprovação do pai (Nelson Baskerville), um escritor frio que parece só estar ali por obrigação.

    Divulgação
    Os atores Lucas Lentini e Gabriela Duarte em cena do espetáculo 'Através de um Espelho'
    Os atores Lucas Lentini e Gabriela Duarte em cena do espetáculo 'Através de um Espelho'

    O pesado texto deu origem a um filme homônimo de Ingmar Bergman, em 1961, e a uma peça de teatro em Nova York, à qual Gabriela assistiu, "por acaso", há três anos.

    "Saí do teatro muito tocada, mas não deprimida", conta. "Fiquei um ano e meio com a ideia voltando na cabeça. Minha intuição dizia que valia a pena voltar ao teatro para fazer aquilo."

    Sua última passagem pelos palcos havia sido em "A Garota do Adeus", em 2012, uma comédia "leve e romântica". A atriz queria, desta vez, fazer algo diferente.

    Com os direitos de adaptação em mãos, chamou Ulysses Cruz para a direção. Ao embarcar no projeto, ele começou a assistir ao filme de Bergman. Viu só os 15 minutos iniciais, antes de desistir.

    "O filme é muito lento, altamente elitista, sofisticado e profundamente chato", afirma Cruz. "Se eu visse, correria sérios riscos de me influenciar. Foi importante, mas se perdeu no tempo."

    Cruz tirou do texto explicações médicas para a doença de Karin, "que só interessam a um público que conheça o assunto". Também colocou muita música na montagem, "para ficar mais palatável"

    "E fico desesperadamente buscando o humor. Espero conseguir. Toda saga humana é carregada de humor. Somos ridículos."

    ATRAVÉS DE UM ESPELHO
    QUANDO sex. e sáb., às 21h, dom., às 18h. De 5/9 a 4/10
    ONDE Sesc Consolação, r. Dr. Vila Nova, 245, tel. (11) 3234-3000
    QUANTO R$ 30
    CLASSIFICAÇÃO 12 anos

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