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    Vida do narcotraficante Pablo Escobar é dissecada em série

    VITOR MORENO
    DE SÃO PAULO

    07/09/2014 02h16

    Da infância simples e das primeiras contravenções até se tornar o narcotraficante mais temido do mundo, o colombiano Pablo Escobar (1949-1993) tem sua vida dissecada na série "Pablo Escobar: O Senhor do Tráfico", que estreia no Brasil no dia 15 no canal pago +Globosat.

    Segundo Juana Uribe, produtora da atração, quase tudo o que se vê na série aconteceu de fato —apenas os diálogos foram criados, sempre com base em documentações, sobretudo do livro "La Parábola de Pablo", de Alonso Salazar.

    "A realidade foi muito pior", afirma ela em entrevista à Folha. "Tivemos que omitir algumas coisas para poder mostrar na televisão."

    Assim como o colega Camilo Cano, com quem desenvolveu o projeto, ela é parente de vítimas do narcotraficante. Sua mãe, Maruja Pachón, passou sete meses sequestrada por Pablo Escobar (a história é registrada em "Notícia de um Sequestro", de Gabriel García Márquez). O tio, o político Luis Carlos Galán, foi morto pelo "capo". Ambos aparecem representados em sequências durante a trama.

    Efe
    O ator Andrés Parra como o narcotraficante Pablo Escobar nas gravações da série, que estreia no Brasil no dia 15
    O ator Andrés Parra como o narcotraficante Pablo Escobar nas gravações da série, que estreia no dia 15

    Para ela, a Colômbia sempre contou muitas histórias sobre violência, mas nunca com "nome próprio". "Trata-se de uma etapa posterior da narrativa sobre o tráfico."

    Uribe conta ainda que estava "obcecada" para que o tom da série fosse o mais realista possível. Por isso, a escolha do protagonista se condicionou à semelhança física com o personagem real.

    O selecionado foi o colombiano Andrés Parra, 36.

    "Era uma grande responsabilidade interpretar alguém tão vivo no imaginário das pessoas", diz o ator. "Por sorte, só fui ter consciência do 'problema' em que havia me metido muito depois de começar a gravar", completa.

    Segundo Parra, desde o começo, o desafio que recebeu dos diretores foi de tentar chegar o mais próximo possível do original. "Queríamos fazer uma radiografia do personagem e concentramos nossa energia nisso", afirma.

    APOLOGIA

    Juana Uribe afirma que uma das preocupações da equipe foi não dar ao protagonista contornos de herói.

    "Era importante que o público não simpatizasse com ele, que entendesse que é possível ser inteligente e carismático, mas ao mesmo tempo ser também um assassino terrível", diz a produtora.

    Mesmo assim, algumas críticas surgiram na Colômbia, acusando a produção de fazer apologia ao crime.

    "Acho um discurso velho", defende Parra. "A série é apenas um reflexo dessa vergonhosa e dolorosa etapa da nossa história recente."

    NA TV
    Pablo Escobar: O Senhor do Tráfico
    Estreia da série
    QUANDO a partir do dia 15, às 21h, no +Globosat
    CLASSIFICAÇÃO 16 anos

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