O filme de ação e pancadaria "Falcon Rising", que estreou nos Estados Unidos na semana passada, retrata uma favela carioca com tráfico de drogas, corrupção policial e prostituição infantil. O longa sobre um ex-fuzileiro naval em busca de vingança poderia até ser considerado fidedigno, não fossem os vilões: a máfia japonesa Yakuza.
"O Brasil tem a maior população de japoneses fora do Japão e pensamos que este seria um elemento interessante a incluir, especialmente porque ele nunca é citado em filmes", explicou à Folha o produtor Shahar Stroh.
A mistura resulta em cenas pitorescas. Numa delas, o chefe da máfia tenta matar o herói do filme com golpes de espada samurai nas docas cariocas. Noutra, policiais e traficantes entram em acordo para evitar o derramamento de sangue num iminente tiroteio: eles largam as armas e começam a lutar capoeira.
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| Chefe da máfia (Masashi Odate) luta contra herói do filme |
Primeiro de uma franquia, o filme "Falcon Rising" narra a história do ex-fuzileiro naval John "Falcon" Chapman (Michael Jai White), que viaja ao Brasil para se vingar dos homens que agrediram sua irmã Cindy (interpretada por Laila Ali, filha do ex-pugilista Muhammad Ali).
Voluntária em uma favela sem nome à beira da praia, Cindy é encontrada gravemente ferida sobre as rochas ao pé dos barracos, onde batem as ondas do mar, crianças jogam bola descalças e jovens traficam drogas.
O longa tem custo estimado de US$ 4,5 milhões (R$ 10,5 milhões), mas só rendeu US$ 8.691 (R$ 20 mil) de bilheteria em seu primeiro final de semana. "Falcon Rising" estreou em dez salas nos EUA.
O produtor negocia a distribuição do filme no Brasil e por isso ainda não tem previsão de estreia no país.
EM PORTUGUÊS
O longa foi filmado em Porto Rico, a exemplo do filme "Velozes e Furiosos 5: Operação Rio" (2011), que também utilizou o território caribenho para simular a cidade carioca (embora a produção com Vin Diesel tenha cenas gravadas em terras brasileiras).
Entre os atores do elenco, está o americano Lateef Crowder, que atuou como dublê em filmes como "Velozes e Furiosos 7" e "Jogos Vorazes". Curiosamente ele cresceu em uma favela na Bahia.
"Lateef nos ajudou com a pronúncia do português e a acertar alguns elementos da favela. A maioria das pessoas que viu o filme fica surpresa quando dizemos que não filmamos no Brasil", diz Stroh.
De acordo com o produtor, o próximo filme da franquia ainda não tem destino definido, mas com certeza será outro local exótico. O título da sequência, porém, já está certo: "Flight of the Falcon (o voo do falcão)".
