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    Política abala quinto ano de 'Downton Abbey'

    LEANDRO COLON
    DE LONDRES

    14/09/2014 02h23

    As estruturas de "Downton Abbey" serão abaladas no quinto ano da atração, que estreia no dia 21 no Reino Unido. Na nova temporada do seriado —que mostra a relação de empregados e seus patrões em uma casa da aristocracia inglesa—, o ano é 1924.

    O Partido Trabalhista chega pela primeira vez ao poder na Inglaterra e tumultua a vida da família de Robert Crawley (Hugh Bonneville).

    Na temporada, que chega ao Brasil em 2015 pelo canal GNT, a casa dos Crawley pega fogo —literalmente—, crescem os mistérios em torno da filha de Edith Crawley (Laura Carmichael) e aumentam as consequências do estupro contra a empregada Anna Bates (Joanne Froggatt), ocorrido no início do quarto ano da série.

    Já Lady Mary (Michelle Dockery), disputada entre pretendentes desde a morte do marido, ganha uma vida social mais agitada para quem sabe, enfim, dar um destino à sua vida amorosa.

    Divulgação
    A partir da esq., os atores Allen Leech, Tom Cullen e Michelle Dockery
    A partir da esq., os atores Allen Leech, Tom Cullen e Michelle Dockery

    "Acho que a confiança dela está de volta. Ela vai abraçar a nova vida e talvez decidir o que quer", conta Dockery sobre sua personagem.

    "A velha Mary está voltando", diz a atriz, com olhar de mistério, dando a entender que ela será de novo a mulher sociável do início da série.

    A Folha conversou com a direção e o elenco em um hotel londrino tão luxuoso quanto a casa que protagoniza a série lançada em 2010, transmitida em 200 países e que já abocanhou 11 prêmios Emmy.

    "É fascinante pensar que pessoas de diferentes línguas ainda querem ver Mary encontrar um marido ou descobrir como vamos tratar o crime contra Anna Bates", diz o produtor-executivo Gareth Neame.

    Como de costume, acontecimentos históricos ganham espaço na trama. A convivência entre a aristocracia e empregados —o andar de cima e o de baixo da casa dos Crawley— é afetada pela chegada dos trabalhistas ao poder, com o primeiro-ministro Ramsay MacDonald (1866-1937).

    Robert Crawley sente as mudanças quando seu mordomo "todo-poderoso" Carson (Jim Carter) é convidado para um cargo político, o que assusta o próprio empregado.

    "Carson gosta das coisas tradicionais", diz Carter. "As pessoas nunca souberam o que o pessoal do andar de baixo faz na folga, como é a vida fora dali", explica o ator.

    "'Downton Abbey' fala do jeito de agir dos britânicos, de seus valores. É uma série sobre classes sociais", resume o produtor-executivo Neame.

    Para Hugh Bonneville, que interpreta o patriarca, a quinta temporada comprova o impacto da série na carreira do elenco: "'Downton' abriu as portas para todos nós. É o nosso cartão de visita".

    O segredo do sucesso é simples, diz Neame: "Entregar uma versão do mesmo episódio toda semana e, ao mesmo tempo, algo original e novo". Vem um filme por aí?

    "É possível. Mas agora vamos focar nesta temporada, voltar para a próxima no ano que vem e, depois, olhar além disso", responde.

    "Quando você faz um filme, coloca no papel personagens que ainda não tinham nascido. Numa série, quando está na segunda temporada, você pode fazer mudanças, misturar o que foi escrito com as habilidades que os atores desenvolveram para o personagem", explica o produtor.

    E a atriz Joanne Froggat garante: "Anna Battes ficará ainda mais reservada". A relação dela com a patroa Lady Mary? "Ficará mais forte. Ela realmente se preocupa com Mary e não quer que sua reputação seja perdida com escolhas erradas. Lady vai dividir tudo com Anna", disse à Folha.

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