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    Adriano Pedrosa será curador do Masp

    SILAS MARTÍ
    DE SÃO PAULO

    01/10/2014 02h25

    Um dos nomes mais respeitados do cenário artístico do país, Adriano Pedrosa será o novo curador do Masp.

    A decisão de mudar a curadoria havia sido anunciada pelo novo presidente do museu, o empresário Heitor Martins, como uma das prioridades de sua gestão, que começou no fim de setembro depois de longas negociações com a antiga cúpula à frente do Masp.

    Pedrosa vai liderar uma equipe de três curadores associados, substituindo o atual titular da área, Teixeira Coelho, que ocupou o cargo pelos últimos sete anos.

    Num esforço para redefinir a "vocação" do Masp e tornar mais "aberta" sua relação com a sociedade, Martins enxerga na mudança da curadoria um passo fundamental para devolver a credibilidade que o museu vem perdendo.

    Lalo de Almeida/Folhapress
    Adriano Pedrosa, em imagem feita na 29ª Bienal de São Paulo
    Adriano Pedrosa, em imagem feita na 29ª Bienal de São Paulo

    Com dívidas de R$ 12 milhões e pendências com o Ministério da Cultura, o museu vive um momento de crise que a nova gestão tentará sanar, e por isso, de acordo com membros da nova diretoria, a programação do ano que vem será mais enxuta.

    Na semana que vem, Pedrosa deve apresentar ao conselho do Masp seu plano inicial para a área responsável por definir a programação do museu e seu eixo conceitual.

    À diretoria, ele propôs realizar 12 exposições no ano que vem, sendo oito delas com obras do acervo do museu —conjunto de 8.000 peças avaliado em US$ 2 bilhões— e quatro delas mostras temporárias, que deverão ser elaboradas por ele e sua equipe.

    Pedrosa despontou no cenário artístico do país nos anos 1990, quando integrou a equipe do curador Paulo Herkenhoff na 24ª Bienal de São Paulo, dedicada a uma reflexão sobre o movimento antropofágico e responsável por alavancar a mostra a um novo patamar internacional.

    Ele é responsável por quatro mostras em cartaz no país, todas bem avaliadas pela crítica –as retrospectivas de Leonilson e Rivane Neuenschwander e as coletivas "Artevida" e "Histórias Mestiças".

    Também integrou a curadoria da 27ª Bienal de São Paulo, em 2006, e foi um dos curadores-chefes da Bienal de Istambul, em 2011.

    Adriano Pedrosa já figurou na lista dos nomes mais poderosos e influentes na cena artística global elaborada a cada ano pela revista britânica "ArtReview", que funciona como espécie de termômetro mundial de tendências.

    Sua escolha para chefiar o maior museu da América Latina está em sintonia com os planos da nova direção de devolver o peso institucional perdido pelo Masp. E também sinaliza maior abertura ao resto do mundo, já que a equipe de Pedrosa deverá incluir alguns nomes estrangeiros.

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