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    Megaprodução ofusca roupas em Paris

    PEDRO DINIZ
    ENVIADO ESPECIAL A PARIS

    04/10/2014 02h25

    Após o vácuo causado pela saída de Jean Paul Gaultier da semana de moda de Paris, neste mês, as maiores grifes do prêt-à-porter europeu investiram alto em megaproduções e modelos caros para manter a aura de importância da temporada francesa.

    As silhuetas soltas e o colorido dos anos 1970, referências para a maioria das coleções, acabaram em segundo plano na reta final dos desfiles, encerrados na quarta (1º).

    A francesa Chanel, por exemplo, assumiu o posto de grife mais inventiva da temporada ao reconstruir em pleno Grand Palais os boulevards de Paris do século 19.

    Para a ocasião, o estilista alemão Karl Lagerfeld colocou o melhor "streetwear" da marca no corpo de modelos fetiche (e caríssimos) da moda, como Cara Delevingne, Baptiste Giabiconi e a brasileira Gisele Bündchen.

    Um desfile em formato de protesto, com modelos empunhando megafones Chanel e cartazes pró-feminismo, resume a luta por igualdade das mulheres ante o machismo.

    Já o estilista e fotógrafo Hedi Slimane transformou em discoteca rock'n roll a passarela da Saint Laurent Paris. Mais uma vez, ele destrinchou em saias e vestidos curtíssimos –com muito brilho aplicado em casacos e jaquetas estruturados– o figurino das garotas habitués de festivais de rock californianos.

    Miuccia Prada, por sua vez, também vira seus olhos para as mudanças de comportamento das mulheres ao recriar a imagem da rebeldia, apesar das cores doces e das silhuetas dos anos 1960.

    Dentro do Palais D'Iena, a estilista italiana reproduziu uma igreja protestante para seu desfile de mulheres com roupas comportadas que, pouco a pouco, mostram a barriga, as pernas e revelam o lado sombrio escondido pro debaixo dos casacos longos.

    A doçura e o jogo de esconde e revela também foram o mote da inglesa Stella McCartney em seu verão pijamista. Criações assimétricas e sobreposições de tecidos dividiram a atenção com o palco escolhido: a Opera Garnier.

    O cenário também destacou-se na passarela de outro ícone francês, a Louis Vuitton. A nova Fundação Louis Vuitton, complexo de 15 mil toneladas de aço encrustado ao norte do bosque de Boulogne e desenhado pelo arquiteto canadense Frank Gehry, escancara o poder do grupo que leva o nome da grife.

    As roupas, um contraste de tecidos texturizados e estampas coloridas, revelam o perfeccionismo do estilista francês Nicolas Guesquière, serviram de complemento de luxo para a grandeza do desfile.

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