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    Festival Caranguejando revive utopia do manguebeat em SP

    AURÉLIO ARAÚJO
    DE SÃO PAULO

    11/10/2014 02h55

    Celebrar os 20 anos do manguebeat, movimento cultural nascido no Recife nos anos 1990 que mistura ritmos pernambucanos com influências estrangeiras.

    É esse o objetivo do festival Caranguejando, organizado pelo Centro Cultural Banco do Brasil, e que acontece em São Paulo no fim de semana.

    Serão quatro shows gratuitos e ao ar livre, com parcerias entre artistas.

    Adriano Vizoni/Folhapress
    Integrantes do grupo pernambucano Mundo Livre S/A com o músico Pedro Luís ao centro
    Integrantes do grupo pernambucano Mundo Livre S/A com o músico Pedro Luís ao centro

    Uma delas, no sábado (9), será entre o músico carioca Pedro Luís e a banda Mundo Livre S/A, que junto com o Nação Zumbi ajudou a fundar o manguebeat.

    "É complicado fazer um paralelo entre a música como era quando começamos e como ela é hoje", conta Fred ZeroQuatro, vocalista do grupo pernambucano, em pausa no ensaio para a apresentação.

    "Nas duas últimas décadas, houve uma ruptura radical de modelos, circuitos, produção, circulação e distribuição de música."

    Mesmo assim, para ele, a "utopia" representada pelo movimento foi parcialmente concretizada. Eles conseguiram, por exemplo, colocar o Recife no mapa do pop nacional.

    "Por muito tempo, os músicos de lá eram considerados regionais' num sentido pejorativo."

    Embora "Caranguejos com Cérebro," o manifesto original do manguebeat, tenha sido escrito e publicado por Fred dois anos antes, o ano de 1994 é considerado o de sua fundação É nele que tanto Nação Zumbi quando Mundo Livre S/A lançaram seus primeiros discos.

    "A chegada deles na cena furou um bloqueio para que muita gente conseguisse entrar numa gravadora", afirma Pedro Luís. "Se tem uma coisa que o manguebeat ajudou a formar, foi público."

    Ele conta que sua banda, a Parede, foi tocar no festival Abril Pro Rock em 1998. Depois de três canções, a plateia do Recife já estava com eles.

    "Foi aberto um terreno de diversidade e mistura."

    Para o show de sábado, eles prometem fazer uma releitura de músicas marcantes do movimento e garantem ter sentido uma química, incomum para quem toca junto pela primeira vez.

    No sábado, também tocam Isca de Polícia e Serjão Loroza. No domingo, é a vez de Paraphernália com Ellen Oléria e Mombojó com Curumin.

    FESTIVAL CARANGUEJANDO
    QUANDO sáb. e dom., a partir das 14h
    ONDE pça. do Patriarca, no centro de SP
    QUANTO grátis
    CLASSIFICAÇÃO livre

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