Jon Anderson, um dos fundadores da banda britânica de rock progressivo Yes, apresenta-se neste sábado (18), no HSBC Brasil, em São Paulo, onde mostra releituras de hits como "Roundabout", "Wonderous Stories" e "Owner of a Lonely Heart".

Com mais de 40 anos de carreira no Yes e projetos solo, Anderson gravou mais de 30 discos e fez parcerias com o músico grego Vangelis, o inglês Mike Oldfield e o cantor brasileiro Milton Nascimento. "Se Milton Nascimento me chamasse agora para gravar algo ou cantar em um show novamente eu iria na hora. Sua voz é suprema, magnífica, e sua presença no palco foi muito marcante pra mim. Ele é um dos artistas brasileiros que mais admiro e gosto", disse Jon Anderson em entrevista à Folha.

Jon Anderson sempre teve uma carreira solo, mesmo no auge do Yes, quando lançou "Olias of Sunhillow", um álbum baseado em música étnica e sons acústicos. Esta turnê tenta retomar esse período com Anderson tocando sozinho no palco, apenas com o violão, um teclado e sua voz marcante. "Eu realmente gosto de novas ideias, de fazer tudo isso, e dar aos fãs o que eles merecem. Minha saúde está muito boa, diga-se de passagem e tenho viajado bastante pelo mundo. Sou fã de novas aventuras, de trazer algo novo sempre, e é basicamente isso que as pessoas esperam de mim", explica.

Em 1985, veio com o grupo Yes pela primeira vez ao Brasil, para se apresentar no primeiro Rock in Rio e voltou outras vezes, solo ou com o Yes, enquanto este experimentava mudanças de formação. "Sempre tive uma relação muito boa com o Brasil, que me acolheu bem em todos os anos. Os fãs daqui sabem realmente fazer uma festa e cantam todas as músicas intensamente, isso que é impressionante. O show no Rock in Rio foi um marco na minha carreira", comentou Anderson.

	Karime Xavier/Folhapress
	Jon Anderson, ex-vocalista do Yes, apresenta-se em São Paulo

YES E O ROCK PROGRESSIVO

Jon Anderson fundou o Yes em 1968, com o baixista Chris Squire. Como resposta a uma pergunta bem simples, como o porquê do nome Yes o vocalista foi enfático em dizer que a palavra soava muito bem aos ouvidos de todos. "Quando estávamos escolhendo o nome para banda eu sugeri que se chamasse 'World', mas alguém falou porque não Yes. Na hora todo mundo gostou e ficou assim mesmo", explicou.

Com o advento da mp3 e a velocidade de informação, o rock progressivo perdeu um pouco de força no mercado musical, com as pessoas tendo pouca paciência para escutar álbuns longos e inteiros, mas seus fãs o acompanham sempre e em todos os lugares. "Acredito que faço música para pessoas mais velhas e inteligentes. Não que os mais novos não escutem as minhas músicas, pelo contrário, mas com o passar dos anos as pessoas começam a entender melhor estas peças com maior duração no tempo. Minha música não é igual ketchup, é preciso tempo e apreciar novas aventuras", exemplifica.

Jon Anderson deixou em aberto uma possível reunião com o Yes, mas disse que não é tão simples quanto se parece, e se tivesse uma conversa ele aceitaria. "Trabalhei recentemente com o Rick Wakeman e foi muito legal. Nunca digo nunca para essa questão de reunião com o Yes, acho que rolaria se todo mundo estivesse feliz", finaliza.

JON ANDERSON
QUANDO no sábado (18), às 22h, em SP
ONDE HSBC Brasil - Rua Bragança Paulista, 1281, Chácara Santo Antônio
QUANTO R$ 60,00 até R$ 300,00
CLASSIFICAÇÃO 14 anos