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    Crítica: Filme pesa a mão em situações que só existem para se dizer ousado

    SÉRGIO ALPENDRE
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    26/10/2014 02h25

    Há bons curtas vindos de Pernambuco. Mas não há, a meu ver, um longa sequer que confirme a suposta superioridade bastante alardeada do cinema pernambucano.

    "A História da Eternidade", de Camilo Cavalcante, vem ganhando prêmios e elogios por onde passa, mas é bom exemplo dessa potência que está sempre por se concretizar.

    O filme começa bem, com imagens ritualísticas e uma inversão do que se espera do sertão nordestino quando retratado no cinema. A liberdade, afinal, não existe, e o clamor da urbanidade está sempre à espreita.

    Divulgação
    Cena de "A História da Eternidade"
    Cena de "A História da Eternidade"

    Vemos a história de três mulheres: a adolescente que sonha em conhecer o mar (Débora Ingrid); a mulher de meia-idade em crise (Marcélia Cartaxo); a senhora que sente uma atração estranha pelo neto (Zezita Matos).

    Existe ainda um pária (Irandhir Santos), um homem que de alguma forma funciona tanto como oráculo (para a menina) quanto como um ser indesejado no local.

    Infelizmente, tudo começa a ruir a partir da performance desse homem para "Fala", canção dos Secos & Molhados. A cena foi pensada como um momento catártico, um show particular e destoante do ator.

    A câmera é mais performática do que o artista. Seu movimento constante e incerto tenta, sem sucesso, atingir o que a performance do artista é incapaz de alcançar: encanto.

    Daí em diante, predominam situações que parecem existir unicamente para reivindicar ao filme a qualificação de ousado.

    A HISTÓRIA DA ETERNIDADE
    DIREÇÃO Camilo Cavalcante
    PRODUÇÃO Brasil, 2014, 16 anos
    MOSTRA dom. (26), às 15h, no CineSesc; ter. (28), às 19h50, no Reserva Cultural
    AVALIAÇÃO regular

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