Ele já foi um ser celestial em "Cidade dos Anjos" (1998). Agora, aos 50, o ator Nicolas Cage retorna ao universo religioso com o filme "O Apocalipse", mas desta vez do outro lado do balcão, vivendo um piloto de avião pecador neste longa de inspiração bíblica que estreou na quinta (23).

"Sou atraído por filmes que não têm medo de abordar o aspecto espiritual", diz Cage em entrevista por telefone a um grupo de jornalistas que incluiu a Folha. "Sem entrar no mérito de revelar minha própria espiritualidade, que é sagrada, deixo que meus trabalhos falem por mim."

Cage vive Ray Steele, que mantém um relacionamento extraconjugal com uma aeromoça enquanto seu casamento com uma mulher religiosa passa por uma turbulência.

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	Nicky Whelan e Nicolas Cage em cena do filme 'O Apocalipse'

"Ele perde o eixo do que importa de verdade, que é o amor por sua família. Não é um cara mau, mas foi seduzido pelo chamado da natureza."

Em certo momento da trama, com o voo em curso, dezenas de pessoas somem do mundo sem explicação, incluindo a mulher de Steele. Não demora para que os demais concluam que os puros foram "salvos" e que os "pecadores", caso do piloto, estão largados num mundo à beira do cataclismo cristão.

A trama é inspirada na série de livros best-seller "Deixados para Trás", de Tim LaHaye e Jerry B. Jenkins –o primeiro deles, pregador evangélico no sul da Califórnia.

"Quero que esse filme funcione para pessoas de todas as fés", diz Cage, irmão de um pastor que o motivou a fazer o filme. "É um longa sobre aqueles momentos de crise intensa, aqueles nos quais não há ateus nas trincheiras."

O diretor de "O Apocalipse" é Vic Armstrong, que começou a carreira em Hollywood como dublê em cenas de ação: já fez cerca de 120 trabalhos do tipo, incluindo sete filmes de James Bond e outros três da série Indiana Jones. Este é o segundo filme que dirige.