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    Em novo livro, biógrafo de Steve Jobs traça perfis de inventores

    YURI GONZAGA
    DE SÃO PAULO

    29/10/2014 02h00

    Em 2004, três anos antes do lançamento da primeira geração do iPhone, Steve Jobs propôs ao americano Walter Isaacson que escrevesse uma biografia sua. O pedido foi considerado presunçoso pelo escritor, que já havia documentado a vida de Benjamin Franklin e a de Albert Einstein.

    Isaacson, 62, mudou de ideia quando descobriu, pouco tempo depois, que o fundador da Apple sofria de um câncer no pâncreas.

    Sete anos mais tarde —e três semanas depois de Jobs ter sucumbido à doença—, "Steve Jobs" (Companhia das Letras) chegou às livrarias e, no primeiro fim de semana, vendeu 379 mil exemplares nos EUA. No Brasil, foram 310 mil cópias desde 2011.

    Reprodução/IAS/Computer History Museum
    Von Neumann com o computador que criou nos anos 1940
    Von Neumann com o computador que criou nos anos 1940
    Os Inovadores
    Walter Isaacson
    livro
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    Agora, o escritor volta ao biografado e pesquisa outras personalidades na obra "Os Inovadores: Uma Biografia da Revolução Digital", lançada nesta quinta (30) pela Companhia das Letras. Ele vai além –séculos além– para explicar nossa relação com computadores.

    "Escrevi o livro para mostrar que inovadores costumam ter estilos e talentos diferentes", disse por telefone à Folha. "Há alguns traços em comum, como o questionamento das autoridades, a rebeldia e uma propensão nata a assumir mais riscos."

    Fruto de 15 anos de pesquisas, a narrativa trata de figuras como John Von Neumann, o sujeito da foto acima, que trabalhou no desenvolvimento da bomba atômica, foi coautor da teoria dos jogos e do primeiro computador digital, nos anos 40, contemporaneamente a Alan Turing —também biografado.

    LINDAS ENGENHOCAS

    Para Isaacson, a capacidade de mesclar artes criativas à tecnologia tornou significantes as invenções dos personagens que retrata.

    "Raramente a boa engenharia por si só é bem-sucedida. Steve [Jobs] nos ensinou isso: a beleza importa", diz. "O iPod não foi o primeiro tocador de música, mas era um dispositivo lindo, que desejávamos ter em nossos bolsos."

    Isaacson vê a imprescindibilidade do belo como parte da cultura brasileira e considera este um terreno fértil para o florescimento de invenções transformadoras.

    "Há criatividade não só nas artes de vocês, mas há também ótimos engenheiros", diz. "Tecnologia e criatividade artística são uma mescla perfeita para inovadores."

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