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    Análise: Cheio de fãs nostálgicos, Brasil é garantia de shows lotados

    DAIGO OLIVA
    EDITOR-ASSISTENTE DA "ILUSTRADA"

    30/10/2014 02h01

    Não conseguiu ingressos para os shows de Paul McCartney neste ano no Brasil? Calma. É muito provável que o ex-beatle volte a se apresentar por aqui num futuro próximo.

    Após duas passagens rápidas pelo país na década de 1990, o britânico fez 11 apresentações no país apenas no período entre 2010 e 2013.

    A certeza de que McCartney lotará shows até em cidades pouco roqueiras como Florianópolis e Fortaleza explica o retorno frequente de artistas deste porte ao Brasil.

    Em entrevista à Folha, há um mês, o empresário Roberto Medina, dono do Rock in Rio, justificou de maneira bem pragmática as críticas que recebe pela repetição de bandas como Metallica e Iron Maiden em seu festival.

    "Na hora de escolher um headliner para 85 mil pessoas, poucos nomes seguram a venda [de ingressos]", disse ele.

    A lógica empresarial não é exclusividade do Brasil. Quando nomes como Leonard Cohen, Stones Roses e Outkast resolveram voltar após anos de hiato, todos encontram lugar de destaque nos grandes festivais internacionais como o norte-americano Coachella e o britânico Glastonbury.

    A mesma segurança de shows lotados se aplica a bandas menores ou figuras que já perderam expressão, como Echo & the Bunnymen e Peter Hook, mas que nunca deixaram de tocar no Brasil.

    A nostalgia do público brasileiro garante, por exemplo, as frequentes apresentações do ex-baixista do New Order para que ele toque canções do seu antigo grupo e também do Joy Division.

    Do ano 2000 para cá, o vocalista Ian Mcculloch, veio ao país cinco vezes, seja com o Echo ou em carreira solo. Já Hook, nos últimos sete anos, se apresentou com seu projeto saudosista em duas oportunidades, além de outras duas vezes em sua empolgante faceta de DJ...

    A novidade é que, combinada à garantia de vendas de ingressos, a fila da nostalgia anda. Bandas mais novas também já conquistaram um público fiel no país. O grupo noventista Muse, que fechou uma noite da última edição do Lollapalloza brasileiro, em abril, veio ao país quatro vezes em seis anos.

    Em 2013, a escalação do festival trazia o Queens of the Stone Age, que menos de três anos antes tinha passado pelo país. Em setembro último, o grupo voltou a dar as caras.

    Isso sem contar as sete passagens do Franz Ferdinand. De tão brasileira, não será surpresa se a banda se apresentar no programa do Faustão.

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