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    Álbum de Tom Zé reflete sobre a geração Y

    GIULIANA DE TOLEDO
    DE SÃO PAULO

    31/10/2014 02h43

    Tom Zé tem visto a vida com otimismo. O músico, aos 78, observa que a geração Y, a dos nascidos a partir dos anos 1980, levanta a ética como bandeira. Sobre a igreja católica, também vê motivo para comemorar: "Existe um papa que parece ter alma", diz à Folha.

    Os dois temas —e outros tantos— estão em "Vira-lata na Via Láctea", disco que o baiano lança nesta sexta (31), sábado (1º) e domingo (2).

    É o primeiro álbum de Tom Zé em quase quatro décadas a não ter uma tese central —depois de ter estudado a tropicália, o samba e o pagode.

    Andre Conti/Divulgação
    O cantor Tom Zé no seu estúdio em Perdizes, em São Paulo
    O cantor Tom Zé no seu estúdio em Perdizes, em São Paulo

    "Foi por acaso. Principalmente pela presença do Marcus Preto, que tem uma braçada muito ampla", comenta sobre o diretor artístico. A produção é de Daniel Maia.

    Apesar da variedade de temas, Tom Zé vê como eixo do CD, além de "Geração Y" e "Mamon" (a sobre o papa Francisco), a canção "Esquerda, Grana e Direita", crítica ao fisiologismo político.

    Fora os temas, os convidados —a quem chama de "galáxias formidáveis"— também dão pluralidade ao disco.

    Das novas gerações, participam Criolo ("Banca de Jornal"), Filarmônica de Pasárgada, Tatá Aeroplano, Tim Bernardes –da banda O Terno–, Trupe Chá de Boldo (todos em "Geração Y"), Kiko Dinucci ("Retrato na Praça da Sé" e "Pour Elis", nesta com Rodrigo Campos) e Silva ("Mamon").

    "Às vezes, as pessoas só querem considerar a juventude a partir do momento em que ela arrebenta, mas, mesmo quando estão começando, os jovens têm um pigmento do que vai vir, e tenho muita afinidade com isso", diz.

    De veteranos, tem a companhia de Caetano Veloso e Milton Nascimento. Com Milton, homenageia Elis Regina em "Pour Elis", de letra baseada em poema de Fernando Faro, último a dirigi-la.

    Com Caetano, canta "A Pequena Suburbana". "É sobre quando a Terra era um planetinha de nada com perspectiva de ter vida. Os outros astros ficavam mortos de ciúme", ri.

    A faixa, primeira parceira deles, marca uma aproximação após discussões em 2008. Na época, Caetano elogiou o álbum "Estudando a Bossa" e Tom Zé, de volta, respondeu que não podia "aceitar o colo". Segundo ele, Caetano e outros artistas da tropicália, o excluíam do movimento.

    "Ser humano faz uma bobagem de vez em quando. É para avisar a Deus que a gente é ser humano", diz agora.

    TOM ZÉ
    QUANDO sex. (31) e sáb. (1º), às 21h; dom. (2), às 18h
    ONDE Sesc Vila Mariana, r. Pelotas, 141, tel. (11) 5080-3000
    QUANTO de R$ 6,40 a R$ 32
    CLASSIFICAÇÃO 12 anos

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