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    Crítica: Banda do Mar exibe no palco sua vocação para fazer rock

    THALES DE MENEZES
    EDITOR-ASSISTENTE DA "ILUSTRADA"

    03/11/2014 02h15

    O jogo já estava ganho antes mesmo de começar.

    As 3.000 pessoas que lotaram na noite de sexta-feira (31) o Audio Club, em São Paulo, tinham na ponta da língua todas as músicas do primeiro e homônimo álbum da Banda do Mar.

    A imensa maioria já era fã de Marcelo Camelo desde os tempos de Los Hermanos e gostava de Mallu Magalhães ainda na fase de musa de um certo folk brasileiro.

    Quando os dois se casaram, os admiradores de ambos se deram as mãos. Quando a dupla, morando há tempos em Portugal, anunciou a criação de um trio com o baterista local Fred Ferreira, a comemoração foi grande.

    Depois do lançamento do álbum "Banda do Mar", o melhor do ano até agora na cena pop, só faltava conferir se o encanto seria mantido no palco. Não falta mais.

    O trio, acrescido de amigos no baixo e numa terceira guitarra, desfilou por quase uma hora e meia as músicas do álbum e alguns sucessos das carreiras anteriores dos cantores. O clima foi de festa.

    De seus discos, Mallu cantou "Velha e Louca", "Sambinha Bom" e "Olha Só, Moreno". Camelo apresentou "Vermelho", "Doce Solidão" e "Janta", de seu trabalho solo, e duas do Los Hermanos, "Além do que Se Vê" e "Morena" –esta já no bis.

    Em muitos momentos –muitos mesmo–, Camelo e Mallu viraram os microfones para a plateia. O que se ouviu então foi um karaokê gigante, com muita empolgação.

    Esse coral de fãs precisou se adaptar ao estilo muito mais rock and roll que o grupo imprimiu ao repertório. Tudo bem que no álbum a Banda do Mar já transitava por um rock dançante, às vezes flertando com surf music e jovem guarda.

    Ao vivo, a coisa pegou fogo. A "culpa" parece ser de Fred Ferreira. O baterista português é um dínamo de barulho, tocando como se estivesse em um show de hard rock.

    Fred bateu veloz e furioso, e seus colegas se mostraram bem à vontade para seguir a pegada. Camelo fez poses de "guitar hero", e Mallu, de tênis branco e shortinho, saltitou sem parar, parecendo uma "cheerleader" com uma guitarra nas mãos.

    Entre a simpatia e a timidez, qualquer comentário de um dos dois entre as canções foi recebido como mensagem divina pela plateia.

    É inegável que o trio esteve tão ou mais alegre do que seus seguidores. No primeiro show de sua carreira em São Paulo, a Banda do Mar ganhou o jogo de goleada.

    BANDA DO MAR EM SP
    AVALIAÇÃO ótimo

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