A estilista britânica Stella McCartney, 43, veio ao Brasil nesta quarta-feira (5) para lançar sua nova linha de roupas em parceria com a rede de lojas de departamento C&A, livre de tecidos animais e com pegada sustentável.

À Folha, a designer, vegetariana como seu pai, o ex-Beatle Paul McCartney, criticou o uso do couro e das peles na passarela.

	Miguel Schincariol - 5.nov.2014/AFP
	A estilista britânica Stella McCartney

Folha - Como você se mantém firme na decisão de não usar couro ou peles em suas coleções?

Stella McCartney - Eu nunca usaria pele ou couro, então é uma decisão fácil. Além disso, eu acredito que peles animais estão muito fora de moda. É extremamente cruel e bárbaro, é uma parte muito feia da indústria.

O que acha de a pele animal verdadeira estar de volta às passarelas da Europa?

Peles animais são muito desnecessárias. Há peles falsas extraordinárias, que você não consegue distinguir das verdadeiras, então não existe desculpa para essa matança de milhões de animais só para conseguir as peles.

Por que algumas marcas insistem em usá-las?

O dinheiro pode ser a raiz do mal e, infelizmente, é essa a questão. Da perspectiva do design, com as peles falsas, não há nenhuma razão para continuar usando. A questão é puramente monetária. Esse é o lado feio da moda.

Você tem planos de abrir uma loja no Brasil?

Eu adoraria abrir uma loja aqui. Não sei o quão fácil seria fazer isso, mas eu amaria. Acho que a marca tem um calor que os brasileiros entendem.

Sendo filha de Paul McCartney, você já sofreu pressão para fazer roupas com viés roqueiro?

Talvez um pouco no começo. Mas, hoje em dia, eu diria que não há pressão. Respeito a minha herança e, quando estava iniciando, fazia mais coisas com referência ao rock.
Pra mim é sobre atitude. Não quero fazer roupas óbvias, com uma temática roqueira tão latente.