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    Mercado de moda caminha para fase mais madura, diz criador da SPFW

    PEDRO DINIZ
    COLUNISTA DA FOLHA

    07/11/2014 02h00

    Rahel Patrasso/Xinhua
    Desfile da coleção de inverno de Gloria Coelho na 38ª edição da São Paulo Fashion Week
    Desfile da coleção de inverno de Gloria Coelho na 38ª edição da São Paulo Fashion Week

    Os próximos passos da moda brasileira estão vinculados à criação de mais grupos de marcas e ao fortalecimento das grifes de jeans, na visão do empresário Paulo Borges, 52, fundador e organizador da São Paulo Fashion Week.

    Segundo ele, o sistema de conglomerados de moda nacionais deve levar mais jovens estilistas a trabalhar dentro das fábricas, não por conta própria.

    "Antes, qualquer um achava que daria conta. Mas nem todo mundo consegue responder com rapidez às exigências do consumidor. Os novos estilistas vão encontrar suporte dentro das indústrias. O processo colaborativo aumentará."

    EUFORIA ADOLESCENTE

    Em 2015, quando a semana paulista de desfiles fará 20 anos, o número de faculdades de moda no país terá saltado de três, na época da primeira edição, para 200.

    Esse aumento da oferta e do interesse pelo tema explica em parte o fato de tantos estilistas e marcas terem surgido e saído do mercado ao longo desses anos.

    "Havia uma euforia adolescente por criar. É natural que quem não estivesse preparado não avançasse, é como acontece com todas as semanas de moda do mundo" diz o empresário.

    A discussão sobre a busca de um "DNA brasileiro", que animou muitas temporadas e sempre esteve relacionada aos clichês do país tropical envelheceu, segundo Borges. Para ele, o termo deve ser trocado pela expressão "identidade de moda nacional", mais ligada à vocação e à forma como estilistas e empresários estão construindo suas marcas no país.

    "O Brasil tem vocação para moda, por isso o evento deu certo. O jeito de criar, de meter a cara e ter jogo de cintura para manter um negócio, nenhum francês ou italiano tem", afirma.

    Nesse processo de amadurecimento do setor a partir da SPFW surgiram vários eventos de moda como Fashion Rio, criado em 2002 pela empresária carioca Eloysa Simão e hoje controlado por Borges, e os desfiles de pré-coleções Minas Trend Preview.

    "A São Paulo Fashion Week tem como característica servir de plataforma para os maiores estilistas e marcas, foi criada para consolidar a indústria. Os outros eventos são importantes localmente, para cada necessidade de uma região específica", diz Borges.

    Em abril de 2015 começam as comemorações de duas décadas de vida do calendário brasileiro de moda. Estão programadas exposições sobre o "handmade" nacional e "uma integração dessa mão de obra com a semana de moda", diz Borges.

    No segundo semestre, adianta, uma exposição tomará a Oca do Ibirapuera com imagens e looks contando a trajetória das marcas que passaram pela passarela paulistana. A ideia inicial é que essa mostra viaje pelo Brasil, conta Borges.

    Também está prevista a publicação de um livro com dois volumes sobre a história das maiores modelos brasileiras que já desfilaram no evento.

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