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    'Queremos que identifiquem de cara o AC/DC', diz Angus Young

    PATRICK BROCK
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE NOVA YORK

    26/11/2014 02h02

    A voltagem está alta: apesar de enormes dificuldades recentes, o AC/DC lança na terça da semana que vem (2/12) seu mais curto álbum de estúdio desde sua estreia, há 39 anos.

    Com seus 35 minutos de duração, "Rock or Bust" (algo como rock ou falência) servirá de base para nova turnê, com possível passagem pelo Brasil, afirma o guitarrista Angus Young, 59. Ele e o baixista Cliff Williams, 64, falaram à Folha em Nova York.

    A curta duração do disco tem ligação direta com os problemas noticiados nos últimos meses: o guitarrista Malcolm Young, irmão de Angus, se aposentou este ano por causa da demência avançada. Já o baterista Phil Rudd foi indiciado na Nova Zelândia por porte de drogas e por fazer ameaças de morte a um desafeto.

    Efe
    O cantor Brian Johnson, os guitarristas Stevie e Angus Young e o baterista Cliff Williams
    O cantor Brian Johnson, os guitarristas Stevie e Angus Young e o baixista Cliff Williams

    "A saída de Malcolm foi triste, mas ele mesmo queria que a banda continuasse", conta Young sobre o irmão. A escolha "óbvia" para substituir o guitarrista foi Stevie, 58, sobrinho de Angus e Malcolm.

    Williams conta que Stevie já tocara com a banda em 1988, quando Malcolm se afastou por um período, e tem o mesmo tipo de personalidade e estilo de tocar que ele, "algo muito difícil de encontrar". Stevie acompanhará o AC/DC na turnê de 2015.

    Young reconhece que a família foi importante no começo da banda, com a produção do irmão George e a iniciativa de Malcolm, que "fez a banda acontecer".

    COLEGIAL

    Eterno moleque vestido de estudante colegial, Young mostra a coluna arqueada e cabelos brancos já rareando, mas a mesma boca sempre contorcida, outra de suas características mais marcantes.

    Contudo, ele ressalta que, por trás do AC/DC, há uma unidade musical que supera a ligação fraternal. A longevidade do AC/DC é resultado de um som consolidado desde o início, disseram os músicos.

    "A diferença é que temos novas músicas, sempre novos produtos", disse Williams. Já Young afirma que "tudo que fazemos, queremos que identifiquem de cara que é o AC/DC. E nada mais".

    Sobre o baterista indiciado, Young afirmou que ele já vinha apresentando um comportamento errático no início do ano, dificultando o compromisso com um novo disco e vários shows.

    "Antes mesmo da situação em que ele se meteu, já estava ficando muito difícil continuar. Não dava para planejar nada. A banda já tinha resolvido, antes mesmo das notícias, que continuaríamos mesmo sem ele," disse.

    Williams deixa implícito que um esquema importante como o do AC/DC precisa de "uma situação confiável e sólida. Isso não dá para ficar em aberto."

    Young, por sua vez, decreta: "Há uma certa dúvida sobre seu futuro conosco. Estamos discutindo no momento quem o substituirá."

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