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    Clássico do balé 'Cisne Negro' chega para matar em noite de gala

    IARA BIDERMAN
    DE SÃO PAULO

    27/11/2014 02h40

    Cisne Negro é uma mulher traiçoeira e sedutora. A vilã que rouba o papel da mocinha no balé provavelmente mais famoso de todos os tempos, "O Lago dos Cisnes".

    Nesta quinta (27), a parte da coreografia que marca o auge da maldade dessa vilã será apresentada em São Paulo. É sua primeira noite de gala –com bailarinos que atuam fora do país– na cidade desde que Natalie Portman renovou o fascínio por esse conto de fadas com final trágico, no filme "Cisne Negro", de 2010.

    A bailarina Luiza Lopes, 24, conta que viu muitas vezes o longa dirigido por Darren Aronofsky para interpretar o "Grand Pas de Deux do Cisne Negro" no espetáculo que a São Paulo Companhia de Dança estreia no teatro Sérgio Cardoso.

    Buscou também outras inspirações em vídeos de dança e filmes como os de Drácula e "Malévola" (2014). "Quis buscar dentro de mim esse lado mau e sedutor, para dançar com sangue nos olhos'", diz Lopes.

    Ela contou com a experiência de seu par na coreografia, Thiago Soares, brasileiro que é o primeiro bailarino do Royal Ballet de Londres. Soares já interpretou muitas vezes o príncipe Siegfried, enganado por Odile, o cisne negro e filha do feiticeiro que amaldiçoou a princesa Odete, transformando-a no cisne branco.

    "Nos ensaios, ele me deu muitos toques de interpretação, dizia coisas como fica me olhando até não conseguir mais, você tem que me seduzir'. Ajudou", conta Lopes.

    O "pas de deux" do "Cisne Negro" é tecnicamente muito exigente, mas o mais difícil é a interpretação, segundo o coreógrafo argentino Mario Galizzi, que assina a montagem da SPCD, feita a partir do original do francês-russo Marius Petipa (1818-1910).

    "A bailarina precisa mostrar sensualidade, mas não pode ser vulgar. Tem que entrar para ganhar, avassaladora, mas, se exagerar, fica kitsch", afirma Galizzi.

    A gala de balé terá também outras danças de casal: os duos de "Dom Quixote", de "Le Spectre de la Rose" e o da "Bachiana nº 1", criada em 2012 por Rodrigo Pederneiras, do Grupo Corpo, para a companhia paulistana.

    Nas apresentações desta semana de "Dom Quixote", Daniel Camargo, primeiro bailarino do Stuttgart Ballet, contracena com Thamiris Prata, da SPCD.

    A coreografia baseada no livro de Miguel de Cervantes foi a estreia no "grand monde" do balé internacional para o bailarino de 23 anos, nascido em Sorocaba (SP).

    "Gosto muito dessa energia pra cima do Dom Quixote'. É um bom contraponto para a tensão do Cisne'", afirma Camargo.

    GALA SPCD
    QUANDO qui. (27) e sáb. (29), às 21h; sex. (28), às 21h30; dom. (30), às 18h
    ONDE Teatro Sérgio Cardoso, r. Rui Barbosa, 153, tel. (11) 3288-0136
    QUANTO R$ 25

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