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    Para diretor de 'Irmã Dulce', desafio foi mostrar as muitas facetas da beata

    JOÃO PEDRO PITOMBO
    DE SALVADOR

    27/11/2014 02h27

    Para os atores e para a equipe de produção de "Irmã Dulce", o filme foi um mergulho na história da freira beatificada em 2011, conhecida como a Madre Teresa de Calcutá dos trópicos.

    "Foi um desafio mostrar as várias facetas de Irmã Dulce. Ao mesmo tempo em que ela é a santa que as pessoas veneram, ela é essa moça brejeira, esperta e bem-humorada", explica o diretor Vicente Amorim ("Corações Sujos" e "Um Homem Bom").

    A trajetória de fé, alegria e obstinação da freira é o fio condutor do filme. O roteiro revela a Irmã Dulce (1914-1992) que enfrentou as rígidas regras de enclausuramento da Igreja Católica para prestar assistência a comunidades pobres de Salvador.

    Divulgação
    Bianca Comparato em cena do filme 'Irmã Dulce'
    Bianca Comparato em cena do filme 'Irmã Dulce'

    Assim como a maior parte do público, as protagonistas Bianca Comparato e Regina Braga, que interpretam a freira na juventude e na maturidade, não conheciam as minúcias da história da religiosa antes de serem convidadas para a produção do filme.

    "Quando me chamaram para fazer o filme, levei um susto, porque conhecia muito pouco da sua história. Pesquisei, me informei e fiquei completamente apaixonada por essa mulher", diz à Folha a atriz Regina Braga.

    Para a construção da personagem, as atrizes fizeram um mês de preparação em Salvador. Ouviram histórias de gente que viveu na companhia de Irmã Dulce e, vestidas de hábito, percorreram as ruas da capital baiana atendendo a moradores de rua.

    O longa é ambientado em Salvador entre os anos 1920 e 1980. Com um roteiro linear, conta a história da freira da infância até a primeira visita do papa João Paulo 2º ao Brasil, em 1980.

    ATUAÇÃO POLÍTICA

    Com foco na história pessoal da beata, o filme deixa de fora os detalhes da trajetória que levaram uma simples freira de um convento na Bahia a se tornar um dos principais ícones da religiosidade do país.

    Exemplo disso foi a luta obstinada para fazer o pequeno ambulatório montado em um galinheiro se transformar em um grande arcabouço de projetos sociais que seguem funcionando na Bahia.

    Com forte atuação política, a freira mobilizou figuras como o então governador do Estado, Antônio Carlos Magalhães (1927-2007) e o empresário Norberto Odebrecht (1920-2014) para alavancar seus projetos e atender cada vez mais gente.

    Numa estratégia da distribuidora, o filme estreou nos cinemas da região Nordeste –onde Irmã Dulce é venerada como santa– duas semanas antes de chegar às salas dos outros Estados.

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