Para ver a americana Cat Power cantar no Popload Festival, em São Paulo, neste final de semana o ator paulistano Leo Braz, 22, se dispôs a dar o sangue. Literalmente.

Em troca de um ingresso, ele fez uma doação de sangue para a ONG Beaba, que atende crianças e adolescentes com câncer. Além de Braz, outros 99 voluntários, recrutados nas redes sociais pela organização do evento, fizeram atividades "do bem" para receber entradas.

"Pretendo participar outras vezes. Estou pensando também em fazer alguma atividade com as crianças da ONG", diz Braz, que, de tão fã de Cat Power, irá vê-la nos dois dias do festival. Para a segunda data, ele pagou o ingresso do próprio bolso.

A promoção, chamada de Popload Social, começou em agosto de 2013, abrindo, em média, de 20 a 30 vagas a cada show do selo Popload.

Agora, com cem vagas (50 para cada noite), o projeto chega à maior quantidade de voluntários que já teve.

Além da Beaba, são beneficiadas as instituições Move Institute, Natureza em Forma e Revista Ocas –no caso dessas, o "pagamento" é feito em atividades orientadas, durante quatro horas.

A organização do festival, antes de entregar os tíquetes, confere se os inscritos cumpriram de fato o trabalho.

"A gente espera que as pessoas continuem participando das ONGs, e é também uma forma de democratizar o entretenimento. Sabemos que os ingressos são caros [de R$ 460 a R$ 1.100]", diz Marco Assub, diretor de marketing e novos negócios da Beltrano Musical, agência que organiza o festival.

Para o evento deste fim de semana e para o show do ex-líder do Sonic Youth, Thurston Moore –em 4 de dezembro, próximo show do selo–, as vagas já estão encerradas.

Os anúncios são divulgados em twitter.com/poploadgig. Para garantir uma vaga, é preciso ser rápido. Conquistadas por ordem de chegada, são preenchidas, em média, em menos de 20 minutos depois do aviso estar na rede.