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    Homenagens antecedem enterro de Bolaños na Cidade do México

    DAIGO OLIVA
    ENVIADO ESPECIAL À CIDADE DO MÉXICO

    29/11/2014 23h05

    O comediante mexicano Roberto Gómez Bolaños, morto em Cancún, na última sexta-feira (28), aos 85 anos, será homenageado em cerimônia no estádio Azteca, na Cidade do México.

    Palco das Copas de 1970 e 1986, a arena com capacidade para cem mil pessoas irá receber o público para uma missa de corpo presente a partir das 14h (horário de Brasília) deste domingo (30).

    A homenagem está sendo organizada pela emissora Televisa, onde Bolaños trabalhava. O SBT transmitirá a cerimônia ao vivo. A emissora começara a transmissão às 11h, dentro do programa Domingo Legal.

    Criador e intérprete dos protagonistas das séries humorísticas "Chaves" e "Chapolin", fenômeno televisivo na América Latina, em especial no Brasil (o programa é exibido há 30 anos no SBT), Bolaños passava por problemas respiratórios havia muitos anos.

    Em 2012, ele foi internado em um hospital da Cidade do México devido a uma insuficiência respiratória. Segundo a Televisa, Bolaños morreu de causas naturais.

    Ele morava na cidade turística de Cancún com sua mulher, a atriz Florinda Meza –que interpretava a Dona Florinda em "Chaves".

    O corpo de Bolaños foi levado de Cancún para a capital mexicana neste sábado (29). Meza acompanhou o transporte do corpo de seu marido.

    Ainda no aeroporto de Cancún, segundo o jornal local "Excélsior", ela agradeceu as mensagens de carinho a Bolaños: "Obrigado a todo o apoio que vocês deram ao meu Robert".

    Os filhos do ator e, também, produtor de televisão e roteirista, manifestaram-se pelo Twitter.

    "Em nome da família, obrigado por tanto amor. Esperamos todos no estádio Azteca para a despedida", dizia a mensagem.

    Antes da homenagem no Azteca, um evento reservado a parentes e amigos foi realizado no sábado, na sede da Televisa, emissora que exibiu as atrações criadas por Bolaños no país.

    O traslado do corpo até a emissora foi acompanhado por dezenas de fãs, alguns deles caracterizados como Chaves ou Chapolin.

    INFLAÇÃO

    Nos semáforos das ruas da Cidade do México, um boneco inflável do Chaves, com pouco mais de 30 cm, estava sendo vendido por 65 pesos mexicanos (cerca de R$ 12).

    Segundo os vendedores ouvidos pela reportagem, pouco antes da morte do ator, o mesmo brinquedo poderia ser encontrado por até 15 pesos mexicanos (aproximadamente R$ 3).

    Nos arredores do estádio Azteca, onde jogam na noite deste sábado as equipes dos times mexicanos América e Pumas, gorros dos personagens de Bolaños também já eram vendidos. Houve um minuto de silêncio em homenagem ao ator antes do início da partida.

    Para o motorista Andres Salinas, "a Televisa vai ganhar muito dinheiro com a morte de Bolaños".

    "E a morte também vai ajudar a desviar a atenção da população para os problemas do país", acrescenta ele.

    Os problemas citados pro Salinas se referem aos acontecimentos do último dia 26 de setembro, quando 43 estudantes da escola rural de Ayotzinapa foram interceptados pela polícia e nunca mais reapareceram, levando multidões às ruas do país.

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