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    Crítica: Atores não conseguem salvar trama sem ritmo e sem graça

    SÉRGIO ALPENDRE
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    06/12/2014 02h31

    Uma continuação normalmente é uma diluição ou uma extrapolação da experiência anterior, que, obrigatoriamente, deve ter sido bem-sucedida.

    Ou seja, algo que deu certo numa primeira vez volta exagerado, no caso, para se aproveitar ao máximo dos ingredientes que fizeram o sucesso do original, ou suavizado, para tentar angariar novos fãs.

    No caso de "Quero Matar Meu Chefe 2", temos uma mudança de diretor. Sean Anders entra no lugar de Seth Gordon e suaviza o tom, antes mais escatológico, agora mais próximo das comédias malucas dos anos 1930 e 40. Ficou melhor que o primeiro, o que não quer dizer muito.

    Sean Anders é um dos roteiristas de "Debi e Lóide 2", de Peter e Bobby Farrelly, um dos raros bons filmes da comédia hollywoodiana recente, mas como diretor ainda não fez nada que preste.

    Divulgação
    Jason Sudeikis (esquerda), Charlie Day e Jason Bateman repetem trio na continuação do filme 'Quero Matar Meu Chefe'
    Jason Sudeikis (esquerda), Charlie Day e Jason Bateman repetem trio na continuação do filme

    Ele dirige de maneira frouxa esta trama em que os três amigos –vividos novamente por Jason Bateman, Jason Sudeikis e Charlie Day– se juntam para uma ideia comercialmente revolucionária (segundo eles, claro): um chuveiro hi-tec.

    Quando são ludibriados pelo chefe, o poderoso magnata Bert Hanson (interpretado por Christoph Waltz, mais uma vez ótimo), ficam atolados em dívidas e recorrem a uma ideia estapafúrdia: um sequestro.

    As coisas pioram quando descobrem que o filho do magnata, Rex Hanson (Chris Pine, bem aproveitado em seu jeito canastrão), vítima preferencial do crime que pretendem cometer, é ainda mais ganancioso que o pai.

    O elenco ainda conta com Jennifer Aniston, em seu melhor papel, como uma ninfomaníaca, Jamie Foxx, como um cara barra-pesada que acaba virando conselheiro dos três patetas, e Kevin Spacey, como o chefe do primeiro longa, que é visitado por eles na cadeia.

    RITMO

    Algumas piadas nos levam ao riso fácil. Outras podem nos fazer lamentar de tão mal contadas visualmente. Os atores compensam em parte, mas sem milagres.

    Falta a "Quero Matar Meu Chefe 2" algo essencial a uma comédia: ritmo. São vários os momentos em que ficamos entediados, muito por conta de uma sucessão de piadas sem graça.

    Há também um desperdício de bons atores, por mais que, individualmente, todos estejam bem. Falta algo que deveria vir da direção, uma habilidade maior para costurar todas as possibilidades cômicas abertas pelo roteiro.

    QUERO MATAR MEU CHEFE 2
    (HORRIBLE BOSSES 2)
    DIREÇÃO Sean Anders
    ELENCO Jason Bateman, Charlie Day
    PRODUÇÃO EUA, 2014, 14 anos
    AVALIAÇÃO regular

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