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    Caetano fecha festival com beijinhos em Maria Gadú

    THALES DE MENEZES
    ENVIADO ESPECIAL AO RECIFE

    15/12/2014 12h30

    O primeiro Festival MPB, realizado no sábado (13) e no domingo (14) em Recife, saiu melhor do que a encomenda.

    Com a proposta de reunir nomes da chamada MPB "tradicional", o evento consagrou Caetano Veloso como sua mais completa tradução.

    Enquanto no sábado Gilberto Gil levou Marisa Monte junto para o palco e surpreendeu o público a cada canção escolhida para o show, Caetano apresentou uma mescla de músicas da turnê de "Abraçaço", seu álbum mais recente, com sucessos de quase duas décadas de carreira.

    Marcelo Loureiro/PhotoNews
    Caetano Veloso e Maria Gadú se beijam em apresentação na noite deste domingo (14)
    Caetano Veloso e Maria Gadú se beijam em apresentação na noite deste domingo (14)

    Algumas das canções de suas últimas safras mostraram força para empolgar a plateia, mesmo inseridas entre clássicos incontestáveis do compositor. "Odeio Você", "A Bossa Nova É Foda" e "Abraçaço" conviveram em harmonia durante o show com "Baby" e "Eclipse Oculto". Esta fez cerca de 10 mil pessoas pipocarem no estacionamento do Centro de Convenções de Pernambuco.

    Num curioso paralelo com o convite de Gil a Marisa Monte, Caetano chamou a cantora Maria Gadú para acompanhá-lo nas cinco últimas músicas.

    Trocando reverências e beijinhos na boca, eles ofereceram ao público canções como "Rapte-me, Camaleoa" e "Leãozinho", antes de encerrar com "A Luz de Tieta".

    A empolgação foi tanta que Caetano voltou para um bis, o que não tinha ocorrido no festival, com o hit "Sozinho".

    O público que urrou para Caetano foi "esquentada" por shows de grande apelo. Lenine mostrou perfomance espetacular. O cantor pernambucano entrou no palco com o jogo praticamente ganho, saudado como orgulho estadual.

    Mostrou repertório agitado, meio roqueiro, recebido com histeria por uma plateia já lotada e disposta a fazer coro em todas as músicas. No final, cantou o único momento de balada, impactante por se tratar de seu sucesso mais contundente, "Paciência".

    BAILÃO

    Já Preta Gil disse durante seu show que não sabe como se classificar dentro da MPB.

    Verdade, mas isso não impediu que ela ganhasse o público com facilidade. Preta mostrou uma mistura bem ousada, juntando canções conhecidas de Alceu Valença, Luiz Gonzaga e Zé Ramalho com momentos de pura dance music. Um bailão que deu certo.

    Outras atrações da noite têm forte ligação. Seu Jorge e Ana Carolina já gravaram e fizeram turnê juntos, com estrondoso sucesso. No Recife, separados, cada um mostrou suas maior característica.

    Ele, com vários músicos no palco, para uma festa dançante. Ela, com letras de romantismo derramado, resvalando no brega, mas adoradas por uma legião de barulhentas fãs.

    Em seu repertório, Ana Carolina escolheu versões que surpreendem, como "Fire", de Bruce Springsteen, e "Coração Selvagem", do sumido Belchior.

    Na noite anterior, um grupo exibiu na plateia uma faixa com a inscrição "Volta, Belchior!". Com dois dias de shows memoráveis de Caetano, Gil, Marisa Monte, Arnaldo Antunes, Lenine e Banda do Mar, o saldo do primeiro Festival MPB, organizado por Flora Gil, é muito positivo.

    O jornalista viajou a convite do Festival MPB

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