• Ilustrada

    Saturday, 11-May-2024 11:29:57 -03

    Morre aos 87 anos Leopoldo Federico, grande nome do tango argentino

    DE SÃO PAULO

    28/12/2014 17h42

    O bandoneonista e diretor de orquestra Leopoldo Federico, um dos maiores nomes do tango argentino, morreu na manhã deste domingo (dia 28) em Buenos Aires, aos 87 anos, informou a Associação Argentina de Intérpretes (AADI) em comunicado. A causa da morte não foi ainda divulgada.

    O músico, que presidia a AADI, estava internado em um hospital da capital argentina.

    O bandoneón é um instrumento musical inventado na Alemanha, semelhante a um acordeão. Começou a desembarcar na Argentina no final do século 19 e tornou-se um símbolo do tango.

    Federico começou a tocar ainda adolescente. Aos 17 anos se apresentava profissionalmente em clubes e boates.

    Martín Zabala/Efe
    O bandoneonista Leopoldo Federico interpreta o tango "Che Alemán" en Buenos Aires, em 2007
    O bandoneonista Leopoldo Federico interpreta o tango "Che Alemán" en Buenos Aires, em 2007

    Dividiu o palco com nomes famosos do tango, como Astor Piazzolla, Julio Sosa e Mariano Mores. Em 1958, fundou sua própria orquestra. Entre suas composições de mais destaque estão "Que me juzgue Dios", "Cabulero" e "Al galope".

    Federico foi um dos músicos convidados do documentário "Café dos Maestros" (2008), dirigido por Miguel Kohan. A produção foi exibida no Festival de Cinema de Berlim.

    Ao longo de sua carreira, recebeu várias prêmios, entre eles dois Grammys Latinos. O músico foi declarado cidadão ilustre de Buenos Aires em 2002.

    Vídeo

    Há dois anos, ao receber uma homenagem, relembrou os músicos com os quais trabalhou.

    "A verdade é que sempre estive do lado de pessoas que me ensinaram muito. Tocar com Horacio Salgán foi um presente do destino. Piazzolla foi insuperável. Queria começar tudo de novo e fazer as mesmas coisas."

    Em 2009, em entrevista à Folha, descreveu que o bandoneón "parece um ser humano".

    "O bandoneón respira e é um instrumento dotado de um grande mistério. Quando alguém abre esse fole, parece que está sentindo um coração bater. O mesmo instrumento soa de maneira distinta de acordo com quem o toca. O meu vai soar diferente se for tocado por outro músico, porque ele responde à sensibilidade de quem toca. O bandoneón não é feito de carne e osso, mas parece um ser humano."

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024