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    Secretário de Cultura assume com missão de retomar periferia

    BEATRIZ MONTESANTI
    DE SÃO PAULO

    15/01/2015 02h15

    O novo secretario municipal de Cultura de São Paulo, vereador Nabil Bonduki (PT), assumirá o cargo com a missão de retomar a periferia. Ele foi nomeado pelo prefeito Fernando Haddad (PT) no lugar de Juca Ferreira, que assumiu o Ministério da Cultura.

    Bonduki, 59, diz que vai promover "ações articuladas na cidade como um todo".

    Arquiteto e urbanista, ele foi relator do Plano Diretor, conjunto de diretrizes que planeja o crescimento de São Paulo nos próximos 16 anos. Bonduki também é idealizador do VAI, programa de editais direcionados a iniciativas culturais na periferia.

    Trëma/Folhapress
    Nabil Bonduki, vereador pelo PT, que assumiu a pasta da Cultura
    Nabil Bonduki, vereador pelo PT, que assumiu a pasta da Cultura

    "São ações que começaram, mas precisam ser consolidadas, como a vinda das Casas de Cultura para a Secretaria e as ações nos CEUs, espaço fundamental para ação da cultura em regiões onde a atuação é bastante restrita", disse o vereador.

    A periferia é uma das preocupações do governo de Haddad, que tem tido penetração limitada no que é reconhecidamente reduto de Marta Suplicy, autora dos CEUs e do Bilhete Único. A ex-ministra da Cultura criticou o PT em entrevista nesta semana e deve deixar o partido para disputar a prefeitura com Haddad em 2016.

    A prioridade de Bonduki à periferia deve se refletir na organização da Virada Cultural deste ano.

    Em 2013, o então secretário Juca Ferreira centralizou as apresentações do evento, excluindo os CEUs da programação oficial. Após receber críticas do setor cultural, Juca voltou atrás no ano passado e incluiu a periferia.

    O evento foi marcado por uma série de arrastões, furtos e violência nas áreas centrais.

    Além de propor pulverizar as atrações pela cidade durante a madrugada, Bonduki pretende ainda espalhar iniciativas culturais ao longo do ano.

    "A Virada teve uma importância muito grande quando começou, há dez anos. Mas desde então avançou muito na ideia da relação cultura-cidade. Hoje isso ganhou uma dimensão muito maior", afirma Bonduki.

    Ele defende "não um grande evento em um único fim de semana, no centro, mas ter isso ao longo de todo o ano, em toda a cidade".

    AGÊNCIA DE CINEMA

    Bonduki promete que a agência de cinema de São Paulo criada por Juca em 2014, a SP Cine, deve se concretizar nos "próximos três meses". A previsão da gestão anterior era de que começaria a operar em agosto do ano passado.

    Criada com o objetivo de fomentar, distribuir e exibir obras audiovisuais na cidade, a agência, que deve funcionar como a Rio Filme, tem orçamento de cerca de R$ 65 milhões, vindos do município, do Estado e da União.

    A empresa também terá a tarefa de construir novas salas de exibição no circuito de cinema de São Paulo.

    O secretário-adjunto municipal de Cultura de Juca Ferreira, Alfredo Manevy, está confirmado para assumir a diretoria da agência.

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