David Guetta tem um problema incomum. Em menos de uma década —principalmente após o disco "Pop Life" (2007)—, o DJ e produtor francês fabricou tantos sucessos que alguns, na sua opinião, "tornaram-se grandes demais" para serem tocados. "[Esses] eu não toco mais, porque viraram óbvios", diz à Folha.
Guetta, 47, cita dois exemplos: "I Gotta a Feeling" (parceria com o grupo The Black Eyed Peas) e "Sexy Bitch" (com o cantor Akon). Nem espere, portanto, ouvi-las na noite deste sábado (17), no show que fará no Anhembi, em São Paulo.
O francês, que desde o início do mês faz turnê pelo país, toca também em Ribeirão Preto, no domingo (18), e no Rio, na segunda (19), encerrando a temporada brasileira.
"Sempre digo que [o Brasil] é o meu país favorito. Amo fazer turnês aqui. Amo as pessoas, amo o clima, amo os shows. É uma ótima plateia, sabe?", diz ele, que faz visitas anuais desde 2007.
"Mas agora a pergunta é: quem sabe fazer mais festa, São Paulo ou Rio? [risos] Vou poder responder isso nesta semana", brinca ele.
| Ellen von Unwerth/Divulgação | ||
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| O DJ e produtor francês David Guetta, em foto tirada em Nova York em setembro de 2014 |
'HISTÓRIA IDIOTA'
Sobre o principal bafafá da turnê de 2014, Guetta diz só ter ficado sabendo agora. Após festa no Recife, em janeiro, na qual a música parou repentinamente e só voltou nove minutos depois, boatos se espalharam na internet de que ele estaria usando playback para tocar, sem realmente mixar as faixas.
Para os detratores, um pen drive em que o DJ guardaria as canções teria se desprendido, fazendo o som parar. Na época, à Folha, a produção do evento negou o boato e disse que houve falha na energia elétrica do palco.
"Realmente me pergunto de onde as pessoas tiraram uma história tão idiota. Claro que o que aconteceu é que a energia elétrica parou", diz.
"E essa ideia de que eu não saberia tocar sem ter um pen drive, não sei o que isso significa. Acho que significa que não entendem nada sobre como um DJ trabalha", ataca.
A turnê atual é focada no disco "Listen", lançado em novembro. Para ele, o francês conta ter mudado totalmente sua forma de criação.
Em vez de encaixar batidas em vocais já gravados, como fazia antes, criou primeiro todas as melodias e depois procurou as vozes desejadas, como Nicki Minaj e John Legend.
"Trabalhei de uma forma muito tradicional, escrevendo as letras primeiro para cordas e piano", conta. "[Mudei] porque quero me manter apaixonado, excitado."
DAVID GUETTA
Quando sáb. (17), a partir das 21h, em SP; dom. (18), a partir das 16h, em Ribeirão Preto; seg. (19), a partir das 22h, no Rio
Onde Pavilhão do Anhembi, av. Olavo Fontoura, 1.209, SP; Estádio Santa Cruz, av. Costábile Romano, s/nº, Ribeirão Preto; Rio Centro, av. Salvador Allende, 6.555, Rio de Janeiro
Quanto R$ 300 a R$ 800, em SP; R$ 220 a R$ 420, em Ribeirão; R$ 240 a R$ 680, no Rio
Classificação 18 anos