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    Museólogo da USP assume direção de museus federais

    SILAS MARTÍ
    DE SÃO PAULO

    20/01/2015 02h30

    Ex-diretor do Museu de Zoologia da USP, Carlos Roberto Brandão será o novo presidente do Ibram (Instituto Brasileiro de Museus), órgão do Ministério da Cultura responsável por políticas públicas para o setor museológico e pela gestão de 30 museus federais.

    Ele substitui o ex-titular da autarquia, Ângelo Oswaldo de Araújo Santos, que assumiu a secretaria estadual da Cultura em Minas Gerais. Brandão foi convidado por Juca Ferreira, ministro da Cultura, para assumir o posto na semana passada e deve passar a exercer o comando do Ibram no final de fevereiro.

    O museólogo tem uma longa trajetória dentro da USP, onde atua como vice-diretor do Instituto de Estudos Avançados e curador da coleção de insetos do Museu de Zoologia, instituição que ele dirigiu entre 2001 e 2005.

    Ele também já presidiu o comitê brasileiro do Conselho Internacional de Museus, órgão ligado à Unesco, e integrou o conselho executivo da instituição internacional.

    NOVOS MODELOS

    Na USP, Brandão tem fama de galgar rápido posições na hierarquia universitária.

    Ele também sempre se mostrou alinhado com o governador tucano Geraldo Alckmin na escolha dos últimos reitores da USP e demonstra ter maior afinidade com a política cultural do PSDB do que com os quadros petistas.

    Sua escolha representa, portanto, uma ruptura em relação aos últimos titulares do Ibram, já que Brandão é conhecido por sua identificação com o modelo paulista de gestão de museus, em que ocorre uma espécie de terceirização da condução de instituições públicas usando repasses de verbas do Estado para associações privadas.

    Esse modelo contraria o que vem sendo usado no Ministério da Cultura desde o governo Lula, tanto que a nomeação de Brandão causou descontentamento no PT.

    Isso é também uma indicação de que Juca Ferreira estuda novos modelos de gestão na tentativa de sanar os graves problemas que afetam os museus federais, como o Museu Nacional de Belas Artes, que precisa de reformas urgentes, entre vários outros.

    Em entrevista à Folha, Brandão reconheceu que "alguns museus merecem cuidados especiais" e disse que "é importante que os museus consigam executar seus orçamentos de forma mais eficaz".

    Brandão também indicou que vai dar continuidade às negociações já em andamento entre as pastas da Cultura e da Fazenda para reduzir impostos que incidem sobre obras de arte no Brasil, uma antiga reivindicação da área.

    Outra prioridade será implementar o polêmico decreto do ano passado que permite que o Ibram declare como obras de interesse público mesmo peças de coleções privadas. "Já se percebeu que há algumas arestas e que a medida talvez mereça aperfeiçoamento", afirma. "Mas, em espírito, essa é uma medida positiva."

    CLUBE DOS 30
    Museu do IBRAM

    SÃO PAULO
    Museus Lasar Segall

    RIO DE JANEIRO
    Museu Casa de Benjamin Constant
    Museu da Chácara do Céu
    Museu do Açude
    Museu Histórico Nacional
    Museu Nacional de Belas Artes
    Museu da República
    Museu Villa-Lobos
    Museu Imperial (Petrópolis)

    MINAS GERAIS
    Museu do Diamante (Diamantina)
    Museu da Inconfidência (Ouro Preto)

    OUTROS
    Órgão comanda outros 19 museus em PE, RJ, GO, MA, MG, RS, ES e SC

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