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    Análise: Fim da TV como a conhecemos tem se acelerado

    NELSON DE SÁ
    DE SÃO PAULO

    21/01/2015 02h02

    Nos Estados Unidos, os sinais do fim da televisão como a conhecemos, tanto aberta quanto paga, se aceleraram nos últimos três meses.

    As premiações do Globo de Ouro e os anúncios seguidos de maior produção de conteúdo pelas gigantes de tecnologia Amazon e Netflix, já puxando outras, como Yahoo, são parte —e símbolo— dessa mudança.

    Outra parte são os canais e redes que resistiam a oferecer vídeo sob demanda e começaram agora a ceder, anunciando serviços on-line próprios, como as grandes produtoras HBO (Time Warner), CBS e Univision.

    Em outra frente, avançaram bastante os aparelhos de televisão desenvolvidos também para streaming, que tornam desnecessário recorrer a consoles como Xbox e Playstation ou reprodutores como Apple TV.

    A partir de março, alguns deles passam a ser vendidos com selo de aprovação da própria Netflix. Entre outros, televisores de LG, Sony, Vizio e Roku —os dois últimos já mais baratos, de US$ 500— virão com a inscrição "Netflix recommended".

    E mais uma mudança ainda está por vir. A ESPN (Disney Corp.), o maior canal esportivo nos Estados Unidos, anunciou que o campeonato de futebol americano universitário de 2015/16 será oferecido também via internet.

    Até hoje, a maior audiência de um programa de TV paga no país é a final de 2011 desse campeonato, que alcançou 16 pontos. E o novo serviço, além dele, promete incluir todas as outras transmissões da ESPN.

    Em síntese, na "nova era" que se anuncia para a televisão os espectadores poderão finalmente pagar pelo que querem ver, à la carte, e não mais pelo rodízio sem fim de canais ou programas. Mas nem tudo são flores.

    Calcula-se que assinar um acesso decente à internet, mais Netflix, Amazon Prime Instant Video, CBS All Access, a nova Sling TV da ESPN e a futura HBO on-line pode até ficar mais caro que assinar a TV paga de hoje.

    Ainda que restando dúvidas quanto ao custo para o telespectador, o caminho já está dado. No ano passado, pela primeira vez, as operadoras americanas venderam mais assinaturas de acesso a banda larga que assinaturas de TV paga.

    Ou seja, operadoras como a Time Warner e a Comcast poderão até sair ganhando. O mesmo vale, é claro, para quando o movimento chegar, atrasado, ao Brasil.

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