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    Premiada, Amazon tenta quebrar hegemonia da Netflix

    FERNANDA REIS
    DE SÃO PAULO

    21/01/2015 02h01

    A Amazon nem esperou seus primeiros prêmios no Globo de Ouro, divulgados no último dia 11, virarem notícia velha para anunciar uma nova produção própria de peso: uma série criada e dirigida pelo cineasta Woody Allen.

    Sabe-se, por ora, quase nada sobre o seriado: a estreia está prevista para 2016 e cada episódio terá meia hora de duração. E só. "Não tenho ideias e não tenho certeza de por onde irei começar", afirmou Allen em 13 de janeiro.

    Somada aos dois troféus conquistados no Globo de Ouro, um dos mais importantes prêmios televisivos, a contratação de Allen coloca a Amazon de vez no páreo na disputa pelo posto de maior serviço de vídeo sob demanda do mundo com a Netflix.

    Este serviço também tem dois prêmios no Globo de Ouro por suas produções originais, ambos em categorias de atuação. Robin Wright ganhou o de melhor atriz em série de drama no ano passado por "House of Cards" e, em 2015, foi a vez de Kevin Spacey, pelo mesmo programa.

    Falta ao serviço, porém, o mais valioso troféu, de melhor série, conquistado pela Amazon em sua primeira vez na disputa, por "Transparent", neste ano. Pelo seriado, Jeffrey Tambor foi premiado como ator em série de comédia.

    Editoria de Arte/Folhapress

    A Netflix nasceu como um site de aluguel de filmes, e começou a oferecer o serviço de streaming (exibição via web, em que não é preciso baixar o conteúdo) de vídeos em 2007. Com catálogo que varia a cada mês, o serviço popularizou o "binge watching" -quando se veem vários episódios da mesma produção na sequência. A loja virtual Amazon começou a ter vídeos em 2006.

    Ambos os serviços lançaram suas primeiras séries originais em 2013, mas enquanto a Netflix fez sucesso de cara com "House of Cards", produzida por David Fincher, a Amazon começou devagar.

    O reconhecimento da crítica veio em 2014 com "Transparent". O site "Metacritic", que agrupa resenhas, dá à série a nota de 91 (numa escala de cem). Pela Netflix, a maior pontuação é de "Orange Is the New Black", com 76 pontos. Nenhum dos serviços revela números de audiência.

    Quando se fala de alcance, porém, o domínio da Netflix ainda é indiscutível: tem 53 milhões de assinantes no mundo e está disponível em quase 50 países, segundo seu site —procurado pela reportagem, o serviço não especificou o número. Já a Amazon só pode ser acessada nos Estados Unidos, no Reino Unido, na Alemanha e no Japão.

    No ano passado, a Claro Vídeo fez um acordo para poder exibir as produções da Amazon no Brasil. Questionada pela Folha, a empresa disse que não discute planos de expansão de seu serviço de vídeo para outros países.

    Uma pesquisa da empresa de banda larga Sandvine revelou ainda, no fim do ano passado, que a Netflix é responsável por 32,39% do tráfego de internet na América do Norte. Em seguida, com 13,25%, vem o YouTube. O serviço de vídeo da Amazon representa somente 2,37%.

    Os serviços também começam a investir na produção de filmes originais. A Amazon anunciou na segunda (19) que o plano é chegar a 12 produções anuais, que serão exibidas em cinemas e disponibilizadas na internet de quatro a oito semanas depois.

    A Netflix está há mais tempo no negócio: em outubro, anunciou que estava produzindo uma continuação de "O Tigre e o Dragão", com estreia prevista para agosto, e que terá quatro longas exclusivos com o ator Adam Sandler.

    O cabo de guerra entre os dois serviços promete variar bastante: a Netflix anunciou neste mês que transformará o filme "Mais um Verão Americano" (2001) em série, com Bradley Cooper, e os comediantes Paul Rudd e Amy Poehler no elenco. Já a Amazon terá "Red Oaks", produzida por Steven Soderbergh.

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