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    'A Teoria de Tudo' celebra vida do físico Stephen Hawking

    MARCELO GLEISER
    ESPECIAL PARA A FOLHA

    29/01/2015 02h00

    Estreia no Brasil (com incrível atraso) nesta quinta-feira (29) "A Teoria de Tudo", o filme biográfico sobre a vida do físico inglês Stephen Hawking, baseado no livro de sua primeira mulher e seu grande amor, Jane Hawking.

    Assisti ao filme em dezembro nos EUA, uma semana após "Interestelar", de Christopher Nolan. Nada como ver a física ocupando as telas.

    O roteiro de "A Teoria..." foca mais a juventude de Hawking do que a sua ciência: o casamento com Jane, cuja fé contrapõe o ateísmo do marido, a diagnose de sua terrível doença, a esclerose lateral amiotrófica, que vai destruindo a região do cérebro que controla o movimento voluntário dos músculos.

    Divulgação Starmus
    O físico britânico Stephen Hawking, cuja história é contada em 'A Teoria de Tudo'
    O físico britânico Stephen Hawking, cuja história é contada em 'A Teoria de Tudo'

    O prognóstico de vida é de dois anos. Hawking descobriu a doença aos 21. Hoje tem 73. Sua sobrevivência é um desses mistérios da ciência que nem ele pôde resolver.

    Conheci o físico em 1987, quando fazia meu pós-doutorado no Fermilab, um acelerador de partículas perto de Chicago (EUA). Fui pegá-lo no aeroporto com uma van especializada.

    O filme faz menção a essa viagem, a primeira em que Elaine, enfermeira de Hawking e sua segunda mulher, o acompanha —a relação terminou tempestuosamente em 95.

    "Brasileiro, hein? Ouvi dizer que as moças lá são muito bonitas." O humor de Hawking é sua segunda maior arma contra o desespero de viver num corpo que o aprisiona. A primeira é seu amor pela ciência, algo que o filme mostra bem.

    Divulgação
    Eddie Redmayne como Stephen Hawking e Felicity Jones como Jane, sua primeira mulher
    Eddie Redmayne como Stephen Hawking e Felicity Jones como Jane, sua primeira mulher

    Seus três resultados científicos mais importantes estão no longa: que o Big Bang é uma singularidade do espaço e do tempo, sua tese de doutorado; que, anos mais tarde, esse resultado foi considerado inválido quando combinado com a física quântica –que descreve partículas subatômicas, necessária na descrição da infância cósmica.

    O terceiro resultado, o mais significativo, é que algo escapa dos buracos negros. Conhecida como radiação de Hawking, acaba por levar à evaporação e ao eventual desaparecimento desses objetos bizarros, personagens centrais de "Interestelar".

    "Onde existe vida existe esperança", diz Hawking numa palestra. O filme celebra o espírito de um homem que lutou por toda a vida para iluminar o mistério do tempo, tanto o cósmico quanto o pessoal.

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