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    Análise: 'SNL' trouxe à TV ousadia com humor agressivo e 'desrespeitoso'

    ANDRÉ BARCINSKI
    ESPECIAL PARA A FOLHA

    15/02/2015 02h20

    Nenhum programa de humor da televisão mundial revelou tantos astros cômicos quanto o "Saturday Night Live". É só lembrar que o primeiro elenco do programa, reunido em 1975, tinha Chevy Chase, Dan Aykroyd, Gilda Radner e John Belushi.

    Dois anos depois, já um astro do cinema, Chase saiu e foi substituído por ninguém menos que Bill Murray.

    A lista de comediantes talentosos do programa é imensa: passa por Eddie Murphy, Dana Carvey, Mike Myers, Bill Murray, Tina Fey, Jimmy Fallon, Rob Schneider, Chris Farley, Will Ferrell, Janeane Garofalo, Phil Hartman, Dennis Miller, Jon Lovitz, Amy Poehler, Chris Rock, Adam Sandler, David Spade, Sarah Silverman e Damon Wayans.

    E esses são apenas os mais famosos e que tiveram carreiras brilhantes após o "SNL".

    O "Saturday Night Live" não foi exatamente um programa inovador em termos de formato. Shows cômicos ao vivo na TV existiam desde os anos 1950, como "I Love Lucy" e "Your Show of Shows", com Sid Caesar, que dispensavam as risadas gravadas.

    Tampouco foram novidades a presença de um convidado especial por episódio ou um show musical, duas marcas do "SNL".

    O que o programa trouxe de novo à TV norte-americana foi uma combinação de ousadia, modernidade e apelo ao público jovem. Em meados dos anos 1970, o presidente Richard Nixon havia acabado de ser destituído, a Guerra do Vietnã ainda assombrava o país e havia um grande conflito geracional.

    O "Saturday Night Live" chegou com um tipo de humor mais agressivo e "desrespeitoso", sem medo de conflitos e polêmicas. O programa falava, sempre de forma anárquica, de temas como racismo, sexismo e drogas.

    Em 1984, Eddie Murphy fez um antológico quadro em que se fantasiava de branco, com direito a maquiagem e peruca, para ver como seria sua vida se mudasse de cor.

    ÍDOLOS POP

    O programa criou seus próprios astros pop. O primeiro foi Chevy Chase, seguido por Bill Murray e, talvez o mais cultuado até hoje, John Belushi. Belushi foi "o" cômico predileto da geração pós-Woodstock, um iconoclasta insano que viveu uma vida de excessos, cheirou mais que qualquer roqueiro e morreu de overdose, aos 33 anos.

    A exemplo de Lenny Bruce nos anos 1960, ele personificou um tipo de humor anárquico e rebelde, incompreendido pela maioria careta dos Estados Unidos, mas idolatrado pela moçada.

    Ajudou a sacramentar o status do "SNL" como uma trincheira da contracultura encravada na rede de TV NBC, uma mosca na sopa do "sistema".

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