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    Crítica: Mostra atesta a importância do vídeo na produção atual

    FABIO CYPRIANO
    CRÍTICO DA FOLHA

    20/02/2015 02h34

    O vídeo, de forma específica, ou a imagem em movimento, em conceito mais amplo, é hoje uma das formas centrais de expressão da arte. Não há bienais ou grandes mostras que evitem essa linguagem. "Memórias da Obsolescência", em cartaz no Paço das Artes, é um atestado da vitalidade e da centralidade do vídeo na produção atual.

    A mostra é organizada a partir do acervo da Ella Fontanals Cisneros, baseada em Miami (EUA) com curadoria de seu diretor, Jesús Fuenmayor. Não é mostra inédita, já foi vista em Cuba, mas isso não retira sua importância.

    Divulgação
    Obra 'Nude with Skeleton', da artista servia Marina Abramovic
    Obra 'Nude with Skeleton', da artista servia Marina Abramovic

    O que torna esta uma mostra rara é a qualidade dos trabalhos de 25 artistas significativos, mas nem sempre tão vistos por aqui. É o caso da cubana Ana Mendieta, do belga Francis Allÿs, dos americanos Francesca Woodman (1958-1981) e Jimmie Durham, do alemão Julian Rosefeldt ou do turco Kutlu? Ataman.

    Em geral, tais artistas são vistos no país apenas nas Bienais de São Paulo, e a reunião deles em uma mostra com um caráter mais intimista parece mais adequada ao vídeo. A montagem ajuda na observação dos trabalhos: salas amplas, escurecidas, com tratamento acústico correto.

    Outro ponto positivo é a amplitude da curadoria, que reúne desde artistas que lidam apenas com o vídeo, caso de Rosefeldt, aos que têm nessa linguagem apenas um campo de experimentação, como Woodman e Durham.

    São deles alguns pontos altos da mostra. Ela com "Vídeos Selecionados", compilação de trabalhos que exploram o corpo da própria artista, que em sua curta carreira criou uma das mais intensas reflexões sobre a fragilidade de corpo. Em geral, suas fotografias são mais conhecidas que os vídeos da mostra.

    Já o descendente de aborígenes americanos Durham segue com "Esmagando", poética crítica e irônica do comportamento social. No trabalho, ele aparece como um burocrata que, de forma mecânica, destrói tudo que lhe é entregue. Para ele, assim como no vídeo em geral, tudo que é sólido desmancha no ar.

    MEMÓRIAS DA OBSOLESCÊNCIA
    QUANDO ter. a sex., 10h às 19h; sáb. e dom., 11h às 18h; até 22/3
    ONDE Paço das Artes av. da Universidade, 1, tel. (11) 3814-4832
    QUANTO grátis
    AVALIAÇÃO bom

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