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    Francisco Bosco toma posse na Funarte, que cuidará de foto e digital

    LUIZA FRANCO
    DO RIO

    27/02/2015 13h48

    O filósofo e ensaísta carioca Francisco Bosco, 38, tomou posse como presidente da Funarte, órgão de fomento às artes do Ministério da Cultura, na manhã desta sexta (27), em meio a uma crise na instituição.

    "Uma das principais questões é a perda de capacidade de produzir acontecimentos relevantes para a cultura", disse Bosco após a cerimônia, durante a qual fez um pronunciamento mais conceitual, sem tocar em questões práticas da instituição.

    Apesar de contar com um orçamento que sofre reduções a cada ano, o ministro da Cultura, Juca Ferreira, disse que o órgão, voltado a teatro, dança, circo, artes visuais e música, deve ganhar duas novas atribuições, a fotografia e a área digital.

    Danilo Verpa/Folhapress
    O filósofo e ensaísta carioca Francisco Bosco
    O filósofo e ensaísta carioca Francisco Bosco

    O orçamento da instituição cai desde 2012, ano em que o investimento de R$ 161 milhões foi anunciado como recorde pela Funarte. O valor diminuiu para R$ 122 milhões no ano seguinte, redução de 25%. Em 2014, o orçamento foi de R$ 103 milhões, queda de 18% sobre o ano anterior.

    Em 2015, a Funarte pediu um orçamento de R$160 milhões, mas acredita-se que ele não será autorizado.

    Em entrevista após a posse, Bosco disse que pretende buscar outros recursos.

    "Há orçamentos que realizam ideias e ideias que realizam orçamentos. Vamos tentar instaurar uma produção de formulação que possa tentar engajar outros setores e recursos. Um ponto delicado das políticas públicas na área da cultura é a relação do Estado com a iniciativa privada. Temos que procurar engenharias jurídicas que possibilitem parcerias."

    A Funarte é considerada peça chave no projeto do ministro de construir o que chama de política nacional das artes.

    "Vamos criar uma comissão para desenvolver a política nacional de artes que deve ter conclusão em dezembro", disse o ministro.

    Servidores reclamam da falta de concursos públicos e de planos de carreira. Atualmente a instituição tem 230 servidores. Houve um concurso de 50 vagas em 2014, mas os funcionários ainda não foram convocados. Já os artistas questionam a falta de editais.

    Além de Ferreira estavam presentes o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), e o diretor executivo da Funarte, Reinaldo Merissimo.

    Filho do músico João Bosco, Francisco substitui Guti Fraga, ator e fundador do projeto Nós do Morro, nomeado pela então ministra da Cultura Marta Suplicy para gerir a instituição em 2014.

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