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    Filho de Tom Hanks estreia na direção com documentário

    CAROL NOGUEIRA
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE AUSTIN (EUA)

    18/03/2015 14h10

    Há anos seguindo os passos do pai na atuação, Colin Hanks, filho de Tom Hanks, agora faz sua estreia na direção. Ele apresentou na terça-feira seu primeiro filme, "All Things Must Pass" (tudo passa, em português), sobre a ascensão e queda da Tower Records, uma das cadeias de lojas de discos mais famosas do mundo e que decretou falência em 2006.

    Hanks já havia dirigido alguns curtas documentais, mas este é seu primeiro longa. Falando sobre o filme durante o festival SXSW (South By Southwest), que acontece em Austin, nos EUA, ele contou que trabalha no projeto há oito anos.

    "Na época em que eles fecharam todas as lojas, eu fiquei sabendo da história e achei muito legal. Pensei que tinha cara de documentário e resolvi correr atrás", diz. Porém, logo veio a crise econômica de 2008. "Parecia que o mundo inteiro ia falir. Ninguém estava interessado em dar dinheiro para fazer um filme sobre uma loja de discos."

    Alguns anos se passaram e surgiram novas formas de captar recursos, como o site de crowdfunding Kickstarter, e de distribuir filmes, como o Netflix e o iTunes. "Antigamente, só cinemas pequenos passavam documentários. Agora, quem quer assisti-los tem vários outros lugares onde pode encontrá-los", diz Colin.

    O rapaz, que se diz fã de música desde cedo, afirma ter conhecido a Tower Records quando ainda era criança - ele cresceu em Sacramento, na Califórnia, cidade onde a loja abriu sua primeira unidade. Depois, inaugurou outras lojas na costa oeste dos EUA, no Japão, na costa leste americana, expandindo eventualmente para a Europa e América Latina, antes de decretar falência nos anos 2000, quando surgiu o compartilhamento de arquivos online.

    Mas o documentário não atribui a queda da Tower somente ao Napster e derivados, mas também a um mau gerenciamento da empresa, que cresceu desenfreadamente, inclusive em tempos em que a indústria de CDs já dava sinais de recessão. Quando a empresa começou a dar prejuízo, foi obrigada pelo banco a contratar um responsável pelo gerenciamento de crise. Essa pessoa eventualmente demitiu todos os empregados contratados desde o começo, o que, para Hanks, tirou a "alma familiar" do negócio.

    "Não acho que seja tão preto no branco. É muito fácil dizer que quem matou as lojas de disco foram a pirataria e o MP3, mas acho que havia algo a mais nessa história. É claro que não queremos culpar essa pessoa que entrou para tentar 'salvar' a Tower. Pelo contrário, ela fez o que foi contratada para fazer", diz.

    O filme tem muitos momentos divertidos. Entre eles, a história do cantor Elton John, que era um dos muitos frequentadores famosos da loja.

    Ele ia toda semana na unidade da Sunset Blvd., em Los Angeles, que até abria mais cedo para ele. O cantor ia à Tower com seu motorista, que segurava uma caixa enquanto ele, de prancheta em mão, escolhia em uma lista de lançamentos todos os discos que queria. "Nenhum ser humano gastou mais na Tower Records do que eu", diz Elton John, no filme.

    SXSW

    O festival SXSW (South By Southwest) começou na sexta-feira (13) em Austin, no Texas (EUA), e vai até domingo (22). O evento tem destaques em cinema, música e tecnologia, mas também abrange outros assuntos, como esportes.

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