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    Continuidade de regente Marin Alsop divide músicos da Osesp

    GABRIELA SÁ PESSOA
    GIULIANA DE TOLEDO
    DE SÃO PAULO

    19/03/2015 02h00

    As negociações para a renovação do contrato da atual regente da Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo), a americana Marin Alsop, detonaram uma queda de braço entre administração e músicos da instituição.

    Nesta quarta (18), os jornais "O Estado de S. Paulo" e "O Globo" revelaram pesquisa segundo a qual 70% dos músicos não desejam a permanência da maestrina.

    Respondida em sigilo, a enquete ouviu 95% dos músicos. Os dados são compilados pela ApOsesp (Associação dos Profissionais da Osesp).

    Conforme Fábio Barbosa, presidente da Fundação Osesp —administradora da orquestra—, as negociações para estender o contrato de Alsop, possivelmente até 2019, "estão avançadas" e devem ser concluídas nas próximas semanas. O contrato atual dura até o fim de 2016.

    A cúpula da fundação não reconhece a validade das pesquisas e diz desconhecer a metodologia aplicada nelas.

    "Não é uma pesquisa formal nossa", afirmou o diretor artístico da Osesp, Arthur Nestrovski. "Foi levada à reunião [do conselho] em janeiro. Os conselheiros devolveram ao representante dos funcionários porque não poderia ser considerada oficialmente."

    "Não é por acaso que quem possa ter avaliação ruim da regente use o momento em que se discute a renovação [do contrato de Alsop] para tentar produzir uma reação negativa", disse Nestrovski.

    Na opinião de músicos ouvidos pela Folha, que não querem se identificar, o tratamento dado pela instituição à avaliação da regente difere daquele dado a outras pesquisas semelhantes, como as que medem a satisfação com maestros convidados.

    Entre as queixas dos insatisfeitos estão o envolvimento da maestrina com a orquestra, tido como insuficiente, e a falta de empatia artística e técnica entre regente e músicos.

    "Ela é hoje uma das regentes de ponta do circuito internacional [Alsop também é diretora musical da Sinfônica de Baltimore, nos EUA]", defende Nestrovski. "É claro que a gente ter 10, 12, 14 semanas com uma pessoa dessa dimensão aqui não é pouca coisa."

    Procurada, por meio da assessoria da Fundação Osesp, Alsop, que está nos EUA, não respondeu ao pedido de entrevista.

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