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    Fenômeno na tela, filme 'Intocáveis' é adaptado ao teatro

    MARIA LUÍSA BARSANELLI
    DE SÃO PAULO

    20/03/2015 02h35

    Buscando o humor de uma história que induz ao drama, "Intocáveis" (2011) tornou-se a produção do cinema francês contemporâneo a ter o maior sucesso de público fora do país –sua bilheteria arrecadou US$ 382 milhões no mundo, o triplo do oscarizado "O Artista" (2011).

    Agora, o filme ganha adaptação brasileira para o teatro: "Intocáveis", a peça, estreia no sábado (21) em São Paulo, com direção de Iacov Hillel.

    A trama é baseada na história real do empresário Philippe Pozzo di Borgo, registrada no livro autobiográfico "O Segundo Suspiro" (2001) e no documentário "Os Verdadeiros Intocáveis" (2003).

    Em cena, vê-se a relação improvável entre Philippe (Marcello Airoldi), um bilionário que ficou tetraplégico após um acidente de parapente, e seu cuidador, Driss (Aílton Graça), um africano pobre que acaba de sair da cadeia.

    Júlio Caldas/Divulgação
    Ailton Graça e Marcello Airoldi em cena do espetáculo "Intocáveis"
    Ailton Graça e Marcello Airoldi em cena do espetáculo "Intocáveis"

    É por acaso que Driss consegue o emprego. Sem qualificações, ele não tinha interesse na vaga, apenas precisava ser rejeitado ali para ter direito a um seguro-desemprego.

    Mas seu jeito despachado, de quem não quer agradar, é o que chama a atenção do bilionário. De um modo bruto, os personagens conseguem suprir as carências do outro. Fazem piadas e tentam fugir do papel de vítima das circunstâncias. "Driss se esquece que Philippe é tetraplégico, ele o trata como uma pessoa comum", diz Airoldi.

    A montagem mantém a história no contexto francês, sem adaptar as situações à realidade brasileira, mas seu enredo difere um pouco daquele do filme, resgatando alguns elementos presentes no livro de Pozzo di Borgo.

    Ainda assim, segue um ponto do longa: ao criarem Driss, os cineastas Olivier Nakache e Eric Toledano fizeram do personagem, um africano, negro –Abdel Sellou, o cuidador de Pozzo di Borgo, é argelino. Quiseram, assim, realçar as diferenças entre ele e o ricaço de quem cuida.

    "A sacada dos diretores [do filme] é que [essa diferença entre o negro e o branco] faz sentido no mundo inteiro", opina Airoldi. A história, completa Graça, "toca num ponto que já faz parte do inconsciente coletivo".

    INTOCÁVEIS
    QUANDO sex., às 21h30, sáb., às 21h, dom., às 19h30; até 31/5
    ONDE Teatro Renaissance, al. Santos, 2.233. tel. (11) 3069-2286
    QUANTO R$ 80 a R$ 100
    CLASSIFICAÇÃO 12 anos

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