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    Crítica: Anjos de 'Asas do Desejo' são belo reflexo da solidão divina

    INÁCIO ARAUO
    CRÍTICO DA FOLHA

    20/03/2015 02h35

    Uma bela frase do crítico Roger Ebert define os anjos de "Asas do Desejo" (1987, 14 anos, Arte 1, 21h25): são o reflexo da solidão de Deus.

    Esses guardiães que nos veem sem ser vistos e pairam, no caso, sobre uma Berlim ainda dividida, carregam a nostalgia do humano, a percepção de que todo poder equivale mais ou menos a não poder nada.

    Daí a decisão de trocar a eternidade e a invisibilidade pela fragilidade do humano. E se apaixonar por uma humana. Talvez seja este o último momento de talento inequívoco do diretor Wim Wenders, poeta da errância: seus personagens, após muito vagarem pela Terra, aqui passam a outra dimensão sem perderem em nada sua força.

    Mais cedo, "Reflexões de um Liquidificador" (2010, 16 anos, Canal Brasil, 19h30) surpreenderá pela irônica passagem entre o inanimado e o animado.

    Divulgação
    Cena do filme "Asas do Desejo", com direção de Wim Wenders
    Cena do filme "Asas do Desejo", com direção de Wim Wenders

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